Nordeste Transmontano

Transmontanos estão a inverter o abandono da agricultura mas a atividade ainda não está a fixar gente na região

Publicado por António G. Rodrigues em Qui, 2024-06-27 09:37

Luís Esteves é natural do Castedo, em Torre de Moncorvo. Foi emigrante na Suíça mas decidiu regressar à terra natal, onde tratou de recuperar as terras dos pais, que estavam já tomadas pelo mato. Entre compras e trocas, juntou cerca de 26 hectares onde plantou amendoal. É um dos exemplos do fenómeno que surpreendeu a investigadora Lien Imbrechts, uma belga que está a fazer um doutoramento numa universidade de Amsterdão (Países Baixos), mas que está colocada no Centro de Investigação de Montanha (CIMO) do Instituto Politécnico de Bragança (CIMO).

O objeto de estudo de Lien Imbrechts é o abrandamento do abandono dos campos transmontanos, que neste momento já foi revertido. Ou seja, não só tem havido menos abandono da terra como, atualmente, há mais terra cultivada do que antes.

“A primeira conclusão, após analisar os dados, é que, aqui, o abandono agrícola está a abrandar. O que é muito estranho porque esta região não tem nenhuma característica que poderia indicar que esta região poderia abrandar.

Teve muito despovoamento, que continua, é uma área remota, isolada, muito difícil para a intensificação da agricultura, com parcelas pequenas e baixa produtividade.
Até agora, o que analisámos é para se poder entender quais as diferenças com as regiões em que há mais retorno à agricultura e aquelas em que há menos, dentro da Terra de Trás-os-Montes.

Terrenos que foram abandonados e que depois foram recultivados”, disse a investigadora, à margem do Congresso Internacional de Ecologia da Paisagem, que decorreu na semana passada, no IPB.


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