Falta de chuva fez castanha perder calibre

A produção de castanha deste ano foi profundamente afetada pela falta de chuva nos meses de agosto e setembro mas ainda não são contabilizáveis os prejuízos. O alerta foi lançado na terceira edição da Festa da Castanha de Bragança, promovida pela União das Freguesias de Sé, Santa Maria e Meixedo, que se realizou no fim de semana no santuário de Santa Ana, em Meixedo.
Num seminário dedicado à produção, a investigadora Paula Rodrigues, do Instituto Politécnico de Bragança, revelou que este ano ainda foram encontrados poucos sinais do fungo da podridão da castanha, que afetou sobretudo a produção de 2023, mas que há muitos ouriços só com uma castanha, ao contrário das habituais três. "Ainda estamos numa fase muito precoce. Há muitos produtores que ainda não começaram a colher. Parece-me que haverá perda de produção, mas não necessariamente pelos fungos ou pelo menos por um efeito direto da podridão. Mas sim talvez pela seca. Choveu muito pouco na altura do enchimento do fruto e, portanto, há muitas castanhas abortadas. A maior parte dos ouriços que nós vemos têm apenas uma castanha em vez das três que é habitual. Alguns não têm nenhuma, são ouriços muito pequeninos que não chegaram a amadurecer e que não chegaram a desenvolver castanha, e é isso que temos vendo nas nossas idas ao campo. Em termos de podridão, estamos também ainda a avaliar, não posso fazer ainda essa avaliação, mas parece-me que a perda será principalmente por castanha pequena e abortada", revelou, em declarações ao Mensageiro.
O IPB deu início a um novo projeto, com análise de 50 soutos dos concelhos de Vimioso, Bragança e Vinhais, com recolha de amostras para análise da presença do fungo.
Em teste estão, também, já alguns produtos para combater esta praga que tem afetado a produção de castanha nos últimos anos.