Bragança e Zamora com projetos de cooperação de mais de três milhões de euros para desenvolver os dois lados da fronteira
Os municípios de Bragança e Zamora estão a desenvolver projetos de parceria no valor de mais de três milhões de euros para desenvolver os dois lados da fronteira.
Um deles, que já está mais avançado, relaciona-se com a Economia Silver (Silver Economy) e pretende dar apoio aos mais idosos das aldeias.
“Estamos a desenvolver uma aliança estratégica sem precedentes no sentido em que conseguimos integrar todos os atores que operam no âmbito da Silver Economy e do envelhecimento e estamos a conseguir produtos finais já muito interessantes”, salientou Ana Isabel Sanchez, da Diputación de Zamora, ao Mensageiro, à margem de uma reunião de trabalho que decorreu na Câmara de Bragança.
“Agora, já ultrapassámos a primeira fase, com estes produtos finais que geram uma aposta definitiva para promover o emprego de fronteira no âmbito da Silver Economy e, nesse sentido, estamos a trabalhar uma base de dados bastante disruptiva e inovadora a que podemos aceder em tempo real, com os empregos disponíveis de um lado e do outro da fronteira”, precisou.
Outro dos aspetos deste projeto prende-se com a formação.
“Outro produto final que já desenvolvemos é a formação, em dois perfis profissionais. Um é o de cuidador silver e o outro é o agente telemático dinamizador”, adiantou a mesma responsável.
De acordo com Isabel Sanchez, “o cuidador silver é aquela pessoa que vive nas aldeias e que se vai encarregar de que o idoso dessa povoação tenha um mínimo de acompanhamento”. “Para isso utilizamos as novas tecnologias e essa pessoa, para além de adquirir uma série de competências de apoio aos mais velhos, vai utilizar essas tecnologias de monitorização do idoso”, disse.
Por outro lado, “o outro perfil é o de dinamizador tecnológico”.
“O que fazemos é uma metodologia especial para os idosos que vivem nas nossas aldeias e que têm muitas dificuldades de acesso às novas tecnologias. Vamos ensiná-los através de métodos especiais”, explicitou.
Este projeto envolve diversas entidades, como a Diputación de Zamora, o Município de Bragança e o Instituto Politécnico de Bragança (IPB).
Na calha estão outros projetos, com candidaturas em andamento e à espera de serem aprovadas.
“Os portugueses são uns parceiros magníficos, trabalha-se muito bem convosco. A somar a isso, temos um forte nível de companheirismo, tanto com o IPB como com a Câmara. Trabalhamos muito bem e com resultados excelentes”, frisou a responsável espanhola.
Os outros dois projetos que estão a ser trabalhados são da área do turismo.
“Um será o turismo dos embalses (barragens) e o outro é o turismo tecnológico. Esperemos que sejam aprovados. E estamos a fazer todo o tipo de intercâmbios.
Temos uma Europa que nos une e um povo que nos empatiza, somos todos iguais.
São grandes projetos e cada um supera o milhão e meio de euros. Ainda têm de ser aprovados, o que é uma tarefa árdua.
No Turismo dos Embalses pegamos nas barragens do Douro como referência para fazer propostas turísticas inovadoras. O outro é para toda a digitalização do turismo. Seríamos uma referência europeia nesse aspeto.
De tal forma que a proposta prevê conhecermos os gostos de cada turista para lhe podermos fazer uma oferta ‘à la carte’. Com a digitalização vamos saber se, ao chegares a um destino, gostas de ópera, de caminhadas, e dá-te toda a informação disponível, com os preços”, explicou.