Mirandela

Aprovado orçamento do Município para 2025 de 42,5 milhões de euros

Publicado por Fernando Pires em Qui, 2024-12-26 10:37

“Uma aposta forte na qualidade de vida dos residentes no concelho para fixar a população e criar condições para uma maior atratividade de investimento”. São estes os principais objetivos que o vice-presidente do Município de Mirandela considera que estão plasmados no orçamento para 2025 que ronda os 42,5 milhões de euros, mais 4,7 milhões do que em 2024, um aumento a rondar os 12 por cento.

“Queremos garantir que os serviços de proximidade, as escolas, a rede viária, a resposta cultural e social vai ter ainda um incremento, e que quem vive no concelho tem qualidade de vida dos 8 aos 80 e, neste caso, diria mais, uma resposta também ao nível das creches”, adianta Orlando Pires.

“Temos um conjunto de valências que incentivam a fixação dos jovens casais em Mirandela por isso uma aposta forte na qualidade de vida de quem vive cá ou quem nos procura. A outra componente é criar condições para que haja investimento, para que as empresas se possam alojar em Mirandela e possam criar emprego qualificado”, acrescenta.

Orlando Pires destaca ainda a intenção do executivo de garantir a sustentabilidade das contas, “reduzindo a dívida, neste caso em sete anos conseguimos reduzir a dívida em 10 milhões de euros e também termos uma resposta municipal que é assente em dinheiro público e não à custa das empresas e das dívidas às empresas, ou seja, o município paga neste momento a 30 dias, o que para nós também é um desafio muito importante que queremos continuar a manter em 2025, por isso, do ponto de vista macro, diria um orçamento que vai alavancar o desenvolvimento do nosso conselho”, conclui.

No entanto, para o líder do grupo do PSD na Assembleia Municipal, Paulo Pinto, o orçamento “fica aquém das expetativas e anseios da população mirandelense” e deixa alguns exemplos: “o plano de mobilidade que já foi anunciado há quatro anos e especialmente os mais idosos que vivem em meio rural, estão pura e simplesmente abandonados”, acusa.

“Consideramos que esta zona industrial e a não programação de outra, ou pelo menos anunciada neste orçamento, de outra zona industrial, é um duro golpe na falta de capacidade para concentrar pessoas e empresas”, conta Paulo Pinto que enumera outras deficiências no documento. “Todos os anos é inscrita uma verba ao nível da estratégia local de habitação, mas que depois acabamos por verificar que as ruas estão abandonadas, são ruas que têm implicação direta no comércio tradicional”, refere.

O CDS optou pela abstenção. Virgílio Tavares justifica o sentido de voto: “obras que consideramos essenciais para o concelho e que não são contempladas. A lentidão na resolução dos assuntos essenciais, quer assuntos de munícipes decorrentes, como o caso do Parque Infantil do TuaSol, ou a derrocada do Lidl, também demoram imenso tempo, e depois só agora é que foi feito o protocolo para a entrega da obra da estrada de Vale da Sancha ao Cachão, que era uma promessa de 2017, veja-se a quantidade de exemplos que foram dados aqui nesta Assembleia, de estradas entre as várias povoações do concelho que não são executadas e por este andar então, nem daqui a 20 anos, Mirandela tem uma rede viária em condições”, sustenta o deputado municipal eleito pelo CDS.

Virgílio Tavares acrescenta o pavilhão multiusos, “que anda desde o início por fazer, ou a questão dos balneários e as bancadas do campo de treinos da Reginorde”.
O único deputado eleito pela CDU, Jorge Humberto Fernandes, votou contra o documento. “Não há uma palavra no orçamento sobre o plano de mobilidade do Tua, não há uma palavra sobre como queremos fixar jovens em Mirandela, sobre a questão do Serviço Nacional de Saúde, quando o Hospital perdeu valências, perdeu a cirurgia, está com graves problemas na questão da fisioterapia e não há qualquer tipo de menção, porque não digo que seja a Câmara Municipal a assumir essa responsabilidade, mas devia ter um papel político importante”, refere.

O deputado municipal da CDU chama ainda a atenção para as sucessivas derrapagens na execução dos orçamentos dos anos anteriores. “O último orçamento era um orçamento de 37 milhões e teve uma execução que não chegou a 60%. Este orçamento é de 42 milhões e provavelmente irá ficar também na ordem dos 60% a 70%”, diz.
O Orçamento do Município de Mirandela para 2025 foi aprovado na última reunião da Assembleia Municipal com 31 votos a favor, 10 votos contra e 10 abstenções.

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