Bragança

António Pinelo Tiza desvenda ‘A Revolta no Seminário de Bragança’ 120 anos depois do motim dos seminaristas

Publicado por Glória Lopes em Qui, 2024-09-26 10:01

O novo romance histórico de António Pinelo Tiza “A Revolta no Seminário de Bragança”, apresentado na passada sexta-feira, na Biblioteca Municipal, traz à liça um episódio real que teve lugar em dezembro de 1904, nomeadamente o motim dos seminaristas do último ano de Teologia, que iriam ser ordenados sacerdotes nesse ano. Revoltaram contra “a disciplina não apenas rigorosa, mas incompreensível”, indicou o autor, face à dureza das regras impostas.
Os seminaristas que já tinham dado nota das suas reclamações ao vice-reitor do Seminário de Bragança e aos seus perfeitos, bem como ao então bispo da Diocese D. José Alves de Mariz, acabaram por se revoltar por não aguentarem a disciplina rigorosa que os obrigava a permanecer fechados durante o período noturno nos dormitórios. “Os perfeitos fechavam-nos nos quartos e levavam as chaves. Ficavam presos nos seus quartos até à manhã seguinte quando os perfeitos abriram as portas. Os estudantes não podiam entrar nos quartos durante o dia”. Tudo isto foi real, apesar de o autor ter introduzido uma base de ficção. Esta situação dos seminaristas durou mais de três anos e teve a intervenção do próprio Papa, que foi informado dos problemas e das decisões que o bispo foi tomando. Todos os alunos dos três anos de Teologia foram castigados, porque o bispo partiu do princípio que estavam envolvidos”, explicou António Pinelo Tiza.

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