Agora todos querem ser Caretos de Podence
Cinco anos depois de a UNESCO ter declarado que as Festividades de Inverno - Caretos de Podence passavam a integrar a lista representativa do Património Imaterial da Humanidade, nesta aldeia tem-se a certeza de que agora todos querem ser caretos e que esta tradição não está em risco de desaparecer. “Isto está garantido”, explicou José Correia, um dos que há mais de 20 anos enverga com orgulho o fato de lã amarela, vermelha e verde, complementado com uma máscara vermelha, muito antes de todo este frenesim que o sêlo da UNESCO aportou. “Os mais pequenos [facanitos] ainda são mais ferrenhos do que nós. Tenho uma filha de quatro anos que me obriga a vesti-la de careto. É completamente maluca pelos caretos. São novos, mas a adrenalina já está neles. É genético, porque isto não tem nada que saber”, assegura José. “O meu neto tem três anos e já se veste de careto e gosta muito”, acrescentou Egas Soares, 73 anos, o careto mais velho em atividade na Associação dos Caretos de Podence, natural da Régua, mas a residir em Podence, onde casou, há 33 anos. “Até tenho a alcunha de paraquedista”, contou.
Ao que José Correia respondeu: “ele é mais do que de cá e juntou-se à tradição, ou foi obrigado”.