O longo caminho dos médicos e da Medicina, desde Hipócrates até aos dias de hoje (1)
Decorridos mais de dois mil e seiscentos anos, qualquer coisa como cerca de um milhão de dias, a generalidade dos médicos, no início da sua atividade profissional, continua a fazer o chamado juramento de Hipócrates, da autoria deste médico grego, falecido no ano 370 A.C., desde sempre considerado como o grande pai da medicina.
Não obstante todas as vicissitudes e os muitos anos já passados sobre aquela data, o certo é que, depois de tudo isso, as causas que estiveram na origem deste importantíssimo documento, elaborado por aquele médico grego na escoa de medicina por ele fundada na pequena ilha de KOS, no mar EGEU, que a seguir se transcreve na sua totalidade, uma tradução fiel dum manuscrito do século XII guardado na biblioteca de Paris, continuam atuais como no seu primeiro dia.
“Juro por Apolo médico, por Esculápio, por Hygéia, por Panaceia e por todos os deuses e deusas, tomando-os como testemunhas:
Obedecer aos meus mestres de acordo com meus conhecimentos e meu critério, neste juramento. Considerar meu mestre nesta arte igual aos meus pais, fazê-lo participar dos meios de subsistência que dispuser e, quando necessário, com ele dividir os meus recursos.
Considerar seus descendentes iguais aos meus irmãos, ensinar-lhes esta arte se desejarem aprender, sem honorários nem contratos, transmitir preceitos, instruções orais e todos os outros ensinamentos aos meus filhos, aos filhos do meu mestre e aos discípulos que se comprometerem e jurarem obedecer a lei dos médicos, porém, a mais ninguém.
Aplicar os tratamentos para ajudar os doentes conforme minha habilidade e minha capacidade, e jamais usá-los para causar dano ou malefício.
Não dar veneno a ninguém, embora solicitado e assim fazer, nem aconselhar tal procedimento. Da mesma maneira não aplicar pessário em mulher para provocar aborto.
Em pureza e santidade guardar minha vida e minha arte.
Não usar da faca nos doentes com cálculos, mas ceder o lugar aos nisso habilitados.
Nas casas em que ingressar, apenas socorrer o doente, resguardando-me de fazer qualquer mal intencional, especialmente ato sexual com mulher ou homem, escravo ou livre. Não relatar o que no exercício do meu mister ou fora dele no convívio social eu veja ou ouça, e que não deve ser divulgado, mas considerar tais coisas como segredos sagrados.
Então, se eu mantiver este juramento e não o quebrar, possa desfrutar honrarias na minha vida e na minha arte, entre todos os homens e por todo o tempo, porém, se transigir e cair em perjúrio, aconteça-me o contrário.”
(Continua)