A opinião de ...

Água, a fonte da vida, cuja força desgovernada leva tudo à sua frente

Na península ibérica, que como todos sabem, engloba os territórios continentais de Portugal e da Espanha , no que diz respeito ao tempo e aos caprichos da metrologia, as últimas semanas deste outono foram marcadas pelas cheias catastróficas, que na nossa vizinha Espanha, se abateram sobre a região de Valencia, onde deixaram um rasto dantesco de destruição e de morte, impossível de calcular nos tempos mais próximos, tal foi a fúria das águas e a força imparável das avalanches de lodo e de detritos que se geraram, que levaram consigo e lançaram para as profundezas do mar tudo o que lhes apareceu pela frente, cuja recuperação poderá demorar muitos anos, até serem sepultadas para sempre nos abismos do mar as imagens dos estragos materiais e das pessoas vítimas duma tragédia desta dimensão, sem paralelo na Península Ibérica.
No que, concretamente, diz respeito a Portugal, ainda que numa escala infinitamente menor do que aconteceu em Espanha, onde se assistiu a uma devastação gigantesca de infra estruturas, de casas e de bens de toda a natureza, não podemos esquecer que estes fenómenos da natureza, em certas zonas do Algarve são recorrentes e, ainda que numa escala infinitamente menor, também este se fez sentir por lá, onde provocou uma série de inundações, que deixaram atrás de si um grande número de prejuízos, aos moradores e aos comerciantes que têm as suas casas e as suas lojas na parte baixa de algumas cidades.
Até aqui, tudo bem mas, e nestas coisas há sempre um “mas”, estes fenómenos da natureza, para além dos prejuízos que causam, trazem sempre à colação as mesmas perguntas de sempre:
- O que teria acontecido se a” bolha fria” que arrasou Valencia tivesse rebentado sobre o nosso Algarve?
- Atendendo às mais que evidentes alterações climáticas, quando será que os responsáveis deste país, e não só, agarram a sério o problema da água?
- Agora que a humanidade caminha para a falta generalizada de água potável e de água de rega, que se espera para pegar o este problema a sério.
- No que diz respeito aos evidentes e cada vez mais preocupantes problemas da falta de água em Trás-os-Montes para consumo humano e para regar os campos, agora que acaba de ser oficialmente confirmado que, vai arrancar a construção de três barragens para retenção das águas das chuvas para consumo humano e para rega, das quais, como é costume, nenhuma delas nas terras de Trás-os-Montes, deste nosso cantinho, que também é Portugal, onde termina a terra e não começa o mar, perguntamos a quem nos puder responder, quanto tempo mais teremos de esperar sentados até que arranque um projeto válido para reter a pouca água com que S. Pedro ainda nos vai presenteando.

Edição
4013

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