A opinião de ...

A liberdade e o receio de ser penalizado

Em Portugal afirma-se com bastante convicção que somos um país livre, onde cada um é livre de manifestar as suas ideias com respeito por si e pelas outras pessoas, e em particular pela sociedade. Vamos ter eleições autárquicas em 12 de outubro de 2025. Tudo o que se deseja é que cada partido, listas de independentes ou coligações lutem por melhorar o bem-estar individual e coletivo das comunidades que representam. Neste sentido, espera-se que os governantes, desde as freguesias (ou união de freguesias), passando pelas câmaras municipais, até ao governo do país respeitem e impulsionem a liberdade, com responsabilidade, individual e coletiva.
É comum ouvirem-se críticas, quer às instituições, quer às pessoas que as dirigem, dos cidadãos que são servidos por essas instituições. Começo por afirmar que não é objetivo deste artigo criticar as instituições ou os seus dirigentes, nem apresentar qualquer situação particular de alguém. Eis algumas das críticas que vão sendo manifestadas em contextos, geralmente, informais:
- Sei que vou ser, ou fui, penalizado/a na minha avaliação profissional porque não sou da mesma cor política do Sr. Presidente;
- Nem me vale a pena concorrer porque já se sabe quem vai ganhar o concurso;
- Só há dinheiro para projetos de pessoas da área do poder;
- Não preciso de trabalhar muito, porque o Sr. Presidente dá-se bem comigo, portanto estou bem protegido;
- Se discordo já sei que vou ser marcado, pela negativa.
Muitas outras opiniões poderiam ser lembradas, mas são suficientes para repensar que nem tudo em democracia funciona bem, pois de um modo geral, onde há fumo, há fogo.
A perceção das afirmações anteriores devem ser alvo da maior atenção por todos os dirigentes, porque constituem indicadores que garantem que nem todos os dirigentes cumprem bem o papel para que democraticamente foram mandatados, pondo a liberdade democrática em causa.
As organizações querem pessoas competentes, ou seja, pessoas com atitude, com capacidade e com conhecimento. Depois de 50 anos de democracia não podem existir pessoas que tenham receio de ser penalizadas por manifestarem as suas ideias ou por defenderem os seus direitos. Precisamos de dirigentes isentos e imparciais à cor politica das pessoas que dirigem, que privilegiem a competência, a equidade e a justiça em todos os atos associados às suas organizações.

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4046

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