Bispo de Aveiro veio ao Santuário dos Cerejais desafiar peregrinos “a construir pontes”

As ruas da aldeia dos Cerejais, no concelho de Alfândega da Fé, voltaram a encher-se de peregrinos para celebrar o Imaculado Coração de Maria, numa romagem que atraiu algumas centenas de fiéis a este santuário mariano da diocese Bragança-Miranda.
Este ano as cerimónias religiosas foram presididas pelo bispo de Aveiro, D. António Moiteiro, que desafiou os peregrinos, na sua homilia, “a construírem pontes”.
“A morte de Cristo não deixará a comunidade desamparada: o Deus invisível tornar-se-á visível, presente, ainda que o mundo O ignore. A primeira leitura dos Atos dos Apóstolos ao falar do concílio de Jerusalém, após a primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé onde o Evangelho foi anunciado também aos pagãos, mostra como é necessário construir pontes, conjugar o verbo amor nas suas várias dimensões e superar as dificuldades que possam existir”, disse o prelado.
D. António Moiteiro acrescentou ainda que “só o amor poderá construir a nova Jerusalém, que na linguagem do livro do Apocalipse, é a Igreja, enquanto comunidade e esposa do Cordeiro”.
O bispo explicou também “que não é fácil perceber esta mística”. “O Espírito Santo, enviado pelo Pai em nome de Jesus, atuará como Defensor, ‘Paráclito’ e como Espírito da Verdade. Só Ele nos pode levar a uma perfeita compreensão”, frisou o clérigo.
D. António Monteiro evocou o Jubileu “que a Igreja Católica está a viver, sobre o tema da esperança, por iniciativa de Francisco”.
“O Jubileu que estamos a celebrar exige aos discípulos de Jesus um compromisso sério com a missão da Igreja e a construção de verdadeiras comunidades cristãs. A sinodalidade entende-se não só como um método de trabalho, mas sim como conversão a fim de que o Evangelho chegue a todos.”
O bispo de Aveiro falou da Igreja como uma comunidade de “amor”, que se deve aproximar de Deus e dos outros.
Por seu lado, o Pe. Manuel Ribeiro, reitor do Santuário do Imaculado Coração de Maria, disse ao Mensageiro que este local está a tornar-se o maior santuário mariano do distrito de Bragança e da diocese.
“Neste dia chegaram ao Santuário de Cerejais 21 autocarros de acordo com dados fornecidos pela GNR, já sem falar nas centenas de automóveis que por aqui passaram, [estimando que tenham estado] cerca de três mil pessoas”, indicou o pároco.
De acordo com o clérigo, neste santuário vivem-se momentos de grande espiritualidade “que é dado pelo conforto da Mãe do Céu”, enfatizou.
O reitor do santuário disse que vive este momento com muita intensidade e com espírito de missão, para que este local seja uma referência espiritual.
O Santuário do Imaculado Coração de Maria, em Cerejais, celebrou no domingo a sua peregrinação anual desde que durante dois dias incluiu procissões com a interpretação, através de quadros vivos, das aparições de Fátima e a Última Ceia, além da bênção dos capacetes e dos ‘motards’, uma tradição que nos últimos anos tem vindo a ser hábito neste santuário nordestino.