A opinião de ...

Obras na Igreja [14]

Mais importante que a ornamentação é a liturgia celebrada.
Tende a acentuar-se a corrida à «florista para fazer uns “bouquets”» que tanto servem para a igreja, como para a sala de conferências, ou para o cemitério [e a que preço!]. Faltam referências litúrgicas, reflexão sob o significado das flores na celebração. Tende a brilhar a ostentação, o faz de conta e, o tudo serve, falha a simplicidade, autenticidade e, formação, conjugue-se mais a dignidade e a beleza do lugar sagrado, a sensibilidade e, o bom gosto.
Na hora de “compor as flores do altar” estejam elas de preferência diante dele, no chão e, não sobre ele. Elas nasceram no chão, e o chão, diante do altar, é um bom lugar para elas. Se estiverem na mesa do altar sejam discretas, mesmo no tamanho, uma flor ou duas, não um enorme ramo de centro! Adornem, não impeçam a visibilidade do que se passa no altar! Mais do que o número de flores, interessa é que estas sejam verdadeiras, e contribuam para o aumento da beleza da celebração e da própria igreja! As flores vivas, são sinal de esperança e de frutos futuros, memória do jardim no qual ressoou o anúncio angélico da ressurreição de Cristo. Fuja-se da ostentação [exibição, luxo, aparato e riqueza], pois o mais importante é a liturgia celebrada. Os elementos decorativos sejam maioritariamente flores e verduras naturais, sem artificialismos e imitações!
Durante o tempo de Advento os adornos serão mais austeros, para que não se antecipe a alegria plena do Nascimento do Senhor; durante o Tempo da Quaresma proíbe-se o adorno do altar com flores, excetuando o Domingo Laetare [IV da Quaresma], as solenidades e as festas [IGMR, 305].
Na mesa do altar está também a toalha, quanto a esta não tenha muitas rendas, desenhos que chamem demasiado a atenção para eles! Cuidado com as dimensões do microfone e com a sua colocação! Atenção ao missal e o seu suporte [o atril]. No altar requer-se o necessário para a celebração da Missa, o Evangeliário, o cálice com a patena, o cibório se necessário, o corporal, o sanguíneo, a pala e, o missal. O microfone, se necessário, disponha-se de maneira discreta [IGMR 306]. Coloquem-se por perto, de forma apropriada, os candelabros, a cruz com a imagem de Cristo crucificado, facilitando-se a visibilidade ao povo congregado [IGMR 307- 308].
Sem se necessitar um curso superior, para ornamentar igrejas, basta saber, ou dispor-se a aceitar, o que a Igreja pensa e, ensina sobre esses temas. As noções de liturgia, do ano litúrgico e, da pastoral litúrgica, ajudam a aplicar melhor a boa arte decorativa e esta ajuda a formar os fiéis enquanto empresta dignidade sagrada ao espaço celebrativo.

Edição
3748

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