Fiéis encontram-se no santuário dos Cerejais para celebrar culto mariano

O domingo de Pentecostes ficou marcado na região do Nordeste Transmontano com mais uma peregrinação anual ao Santuário do Imaculado Coração de Maria, nos Cerejais, em Alfândega da Fé, onde se juntaram alguns milhares de pessoas vindas um pouco de todo o território do norte e centro do país.

As celebrações deste ano foram presididas pelo cardeal D. António Marto e tiveram o seu início com a procissão e recitação do Santo Rosário desde a Igreja Matriz até ao Santuário.
“Este santuário [dos Cerejais] é como uma espécie de extensão do santuário de Fátima e onde é possível manter atual e fazer ecoar a mensagem que nossa senhora deixou na Cova da Iria. A mensagem de Fátima é sempre atual. É uma mensagem de esperança, de consolação e misericórdia para a humanidade”, disse o prelado.

Segundo D. António Marto, que tem raízes na diocese de Bragança-Miranda (o pai era natural de Vimioso) a mensagem de Fátima aconteceu “quando a humanidade estava ameaçada por duas guerras mundiais, numa altura, em que o mundo era dirigido por regimes totalitários ateus”.

“Hoje a mensagem de Nossa Senhora de Fátima é dirigida a um mundo ferido pelos conflitos, pela miséria social, e pela ameaça de uma guerra mundial, que o Papa Francisco lhe chama uma guerra por episódios porque se estende por várias partes do mundo. Portanto trata-se de uma mensagem em ordem à renovação da fé e da esperança e de que é possível mudar o mundo a partir do coração humano”, vincou o cardeal.

De acordo com D. António Marto, a mensagem de Fátima espalhou-se através da imagem peregrina já que na altura (1947) não havia os meios de comunicação que há hoje.
O cardeal disse ainda que o santuário dos Cerejais se tornou, com o passar dos anos, num centro de peregrinação a Nossa Senhora.

“Mesmo com a ameaça de chuva houve gente que resistiu e fez a sua peregrinação a este santuário, que a pé, de automóvel ou de autocarro. É sinal que a Mãe continua a falar ao coração dos filhos”, observou o prelado.

Para o pároco local, Manuel Ribeiro, este santuário de Cerejais “é um oásis” para aqueles que encontram neste território de baixa densidade “um consolo e uma presença”.
“O santuário de Cerejais não é apenas e só um lugar visitável. É um lugar de encontro com o Senhor e com Maria. Não se trata de ser uma réplica de Fátima, mas sim um lugar mariano, uma mensagem que pretendemos transmitir”, vincou o clérigo.

Durante o percurso até ao santuário mariano, os peregrinos puderam apreciar as representações ao vivo dos mistérios gozosos e dolorosos.

Outros dos momentos altos foi a celebração da Santa Missa presidida por D. António Marto que no final procedeu à bênção das motas e dos capacetes de um grupo de motociclistas presentes no recinto do santuário de Cerejais.