Diocese

D. Nuno Almeida faz balanço positivo após primeiro ano de bispado que “passou a correr”

Publicado por António G. Rodrigues/Fernando Pires em Seg, 2024-06-24 14:48

Foi no dia 25 de junho que D. Nuno Almeida tomou posse como 45º Bispo da diocese de Bragança-Miranda, faz na próxima terça-feira um ano. Foram 12 meses de aprendizagem e que passou de forma “muito veloz”.

“Este primeiro ano foi, de facto, um ano de aprendizagem. Aprender a ser bispo de Bragança-Miranda escutando a Palavra de Deus e escutando o Povo de Deus. Foi um ano que passou de forma muito veloz porque foi feito de muitos e múltiplos encontros, em que fomos delineando o caminho.

Foi muito importante a reunião arciprestal mensal, com os padres e diáconos, e tem sido muito importante a visita pastoral, porque é o encontrar as pessoas no dia a dia, no que é a vida real das famílias e das comunidades”, sublinha D. Nuno Almeida, em declarações ao Mensageiro de Bragança.

Ao longo deste tempo em que está à frente da diocese do Nordeste Transmontano, D. Nuno Almeida teve a preocupação de se inteirar e organizar a diocese. “Foi um primeiro ano de escuta e, ao mesmo tempo, de tornarmos os organismos de comunhão e participação muito operativos. Uma Igreja Sinodal sem os Conselhos e as Equipas a trabalhar seria como não ter mãos nem pés para levar por diante uma Igreja Sinodal e Samaritana, que procura servir em parceria com as realidades vivas que existem na nossa diocese, das instituições às entidades oficiais”, explicou.

D. Nuno Almeida reconhece que a tarefa tem alguns espinhos, próprios de um território em processo de despovoamento.

“De facto, temos menos recursos humanos e, até, materiais, do que outras dioceses. E depois temos muitas distâncias e comunidades pequenas. Há uma luta contra a dispersão. Mas, ao mesmo tempo, é um desafio entusiasmante, de sermos os fios da comunhão, de transformarmos esta dificuldade numa oportunidade. De convocar, de chamar as pessoas que vivem na comunidade a assumirem responsabilidades. Aquilo que mais podemos fazer é convidar e, depois, oferecer formação”, enunciou o bispo.
D. Nuno Almeida insiste nesse ponto, na necessidade de olhar para o futuro de uma nova perspetiva e conferindo formação às pessoas.

“Há trabalho a fazer e, sobretudo, não adiarmos este convocar e oferecer formação, para que as nossas paróquias não estejam muito dependentes do pároco. Se fizermos isso não estamos a investir e a olhar o futuro. O padre continua a ser essencial mas precisamos de ter em cada Unidade Pastoral uma equipa constituída por um sacerdote, um diácono permanente, por religiosos e religiosas e por leigos. Felizmente há pessoas que estão a regressar da emigração e trazem já uma experiência de serviço à comunidade noutros países. Às vezes basta um convite e manifestar confiança”, destaca.

Até porque os 43 padres ao serviço são escassos para as cerca de 380 paróquias. “Temos muitas paróquias e, dentro delas, muitas pequenas comunidades, que têm o seu lugar de culto. As pessoas têm brio e gosto pela sua igreja, que tem valor patrimonial histórico e artístico muito grande, que importa cuidar.

Temos de reconhecer que ao longo dos anos foram diminuindo os sacerdotes. Neste momento temos 43 párocos para 380 paróquias.

Desde 2012, D. José Cordeiro fez uma reforma unindo as paróquias em unidades pastorais, diminuindo os arciprestados. Há um caminho importante que já foi feito e que é necessário continuar.

A vida pastoral, a vida da Igreja, mesmo o anúncio e testemunho do Evangelho, não pode estar somente assente aos ombros dos sacerdotes e dos diáconos. É preciso alargar aos leigos e às famílias”, explicou o bispo de Bragança-Miranda.

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