José Mário Leite

O benefício do infrator

Na edição 3845 de 12 de agosto de 2021, deste mesmo jornal, Mensageiro de Bragança, pouco tempo antes das eleições autárquicas desse ano, dei notícia de um fragmento de conversa tida, alguns dias antes, com um dos apoiantes do presidente e recandidato à Presidência da Câmara de Moncorvo. Assegurava o meu interlocutor que um dos vetores para a reeleição passava pelo preenchimento de doze vagas no quadro de pessoal do município. Perante a minha estranheza assegurou-me que, não só, era o que todos faziam, como, era sabido, resultava.


Tostões e Milhões

“Nem mais um cêntimo” sentenciou Luís Montenegro, sinalizando o ato de fechar a torneira ao crescendo de exigências que, é bom não esquecer, foi aberta em campanha eleitoral sem ter havido qualquer referência ao limite máximo da admissibilidade para a concretização das aspirações e ensejos, à correção de injustiças e disparidades. É sabido que a retórica eleiçoeira se baseia na necessidade de não ficar diminuído no leilão de oferta de benesses muitas vezes irrealistas, sobretudo quando trazidas a terreiro por quem, por razões sabidas, sabe que não lhe vai ser exigido cumpri-las.


Direito ao silêncio

oi pública e evidente a incomodidade com que os deputados encararam o exercício do direito ao silêncio de alguns dos cidadãos chamados a depor na mais recente Comissão Parlamentar de Inquérito constituída para indagar e (supostamente) esclarecer o que efetivamente antecedeu o tratamento milionário das duas gémeas brasileiras. O desagrado parlamentar, porém, foi, notoriamente, seletivo. Apesar de alguns remoques, pouco mais que retóricos, a Comissão foi muito compreensiva para com Lacerda Sales. Estranhamente.


Degradação!

A qualquer português de bom senso não passa despercebida a degradação a que se assiste no espaço público a que nem os mais importantes órgãos de soberania escapam. E, porém, quando parecia ter-se atingido o fundo eis que aparece quem, gostando de chafurdar escava mais um pouco e coloca mais abaixo a fasquia já tão baixa que se julgaria impossível descer um pouco mais.


Olhe que não, Pedro Nuno, olhe que não

Na campanha para o Parlamento Europeu, Pedro Nuno Santos, comentando e criticando o Plano do Governo para a Saúde, acusou a AD de querer destruir o SNS (questão antiga, alinhada com o pensamento dos antigos parceiros da Geringonça de que foi ator relevante), com o intuito de entregar toda a estrutura nacional de saúde aos privados. O Secretário Geral do PS preconizou que, dentro de algum tempo, com a prossecução desta política, os portugueses ficarão extremamente limitados nas suas opções, quanto aos cuidados de saúde, em todos os seus aspetos.


Nem que, porventura, fossem o dobro

Ou o triplo!
Nenhum número, por maior que seja, pode causar-nos qualquer receio. Por muito que gritem, provoquem, protestem, resmunguem, rezinguem, reclamem, reivindiquem, desacatem, descomponham, invetivem, afrontem, provoquem, vituperem, ultrajem ou desfeiteiem… não podem sobrepor os seus bramidos à razão que nos assiste e, principalmente, nada do que digam ou façam logrará apagar, delir ou distorcer a memória!


A voz das escolas (o herói que há em nós!)

No dia 2 de fevereiro estiveram no magnífico auditório da Fundação Champalimaud mais de trezentos alunos das várias escolas da freguesia de Belém para fazerem ouvir a sua voz. Foi uma jornada memorável, onde os jovens estudantes foram desafiados a escolherem e promoverem alguém merecedor da sua admiração, depois de, enquadrados na figura tutelar de António Champalimaud, ouvirem vários testemunhos de destacadas personalidades que moram ou trabalham nesta freguesia alfacinha, como o cientista António Coutinho e a jornalista Maria João Ruela.


A bem da nação

Na última visita à Junqueira, a minha filha Inês encontrou, entre outras “relíquias” familiares, uma carta da minha mãe, quando era Regente Escolar, dirigindo-se a um superior hierárquico, terminando com o jargão imposto por Salazar a todos os servidores públicos: “A Bem da Nação”.


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