Paulo Cordeiro Salgado

Desistir ou Resistir?

Por motivo de prevenir eventuais maleitas, ousei fazer algumas consultas essenciais, depois de um ano e meio de ‘ausência’. Verifiquei, num hospital público e num hospital privado, que os doentes ainda não assumiram completamente a sua maneira de encarar as deslocações às unidades de saúde. São hábitos que vêm de longe. Vão com muita antecedência e não atendem aos cuidados de distanciamento e de utilização de máscara, como hoje é exigido. E verifiquei, também, infelizmente, que as condições de atendimento não são as melhores. Em instalações e equipamentos.


“A globalização da superficialidade"

Interessa-me reter esta expressão e transcrever o que afirmou o padre jesuíta, espanhol, Adolfo Nicolás, falecido em 20 de maio de 2020, no Japão. Morreu ao serviço de uma causa: servir os homens e a humanidade. De todos os homens. Da Ásia, América e África. Da África, algo que pessoalmente me toca, como modestamente tenho referido em algumas narrativas no Mensageiro. Atentemos no que Nicolás afirmou:


A Pandemia e uma História Verdadeira (O Professor do Pungué)

Uma tarde, o jovem médico que assumira funções clínicas no município de Vila Gouveia (actual município de Catandica, em Moçambique), parou na escola do Pungué para conhecer e falar com o professor, para lhe pedir colaboração para os programas de saúde que tinha pensado implementar.
O professor, figura aparentemente frágil e tímida, mais velho do que o jovem médico, ouvia serenamente os programas que o médico desejava para a região. E lá foi conseguindo oportunidades suficientes para, modestamente, conseguir dizer aquilo que ele já estava a fazer.


Ainda e sempre, o Homem e a Natureza

Na badana esquerda do magnífico romance Admirável Mundo Novo (1932), escreveu Aldous Huxley: «Este livro é um apelo à consciência dos homens. É uma denúncia do perigo que ameaça a humanidade, se a tempo não fechar os ouvidos ao canto da sereia do falso progresso: anular-se na “fordização”1 ou, como o Selvagem, optar pelo suicídio». O falso progresso, o omnipresente consumismo, temperado por comportamentos pouco ou nada saudáveis – tudo em vias de conduzir o Homem e a Natureza ao seu fim. O fim do Planeta.


“Novos pobres, novas pobrezas”

São estas as palavras que me permito citar para servirem de título a esta crónica. Foram pronunciadas na homilia da eucaristia do domingo, dia 15 de agosto, por Senhor D. José Cordeiro, Bispo de Bragança e Miranda, a partir do santuário de Nossa Senhora da Assunção – no Cabeço, Vila Flor – envolvendo uma ideia-força sobre a qual pretendo fazer uma breve reflexão. Feliz designação esta de ‘Cabeço’, pois que, do alto, se vislumbra uma paisagem deslumbrante em 360 graus.


Lembrar e enaltecer

Estaremos num momento de viragem no que respeita à pandemia que assola o Planeta? E o nosso País? Os indicadores indiciam uma melhoria que não sabemos se é efetiva. As afirmações dos especialistas ora convergem, ora divergem, sobre os sinais de abrandamento. Entretanto e curiosamente, há países que vão iniciar o processo de administração da terceira dose…. Claro que muito países estão na gaveta fundeira da recuperação, dadas as grandes carências em dispositivos clínicos e em stocks de vacinas (em muitos países de África não têm sequer 10% de imunizados). Crónicas são as suas carências.


Visita II

“…Os que não conseguem lembrar o passado estão condenados a ter que o repetir” (George Santayana, 1863-1952 – poeta e filósofo espanhol).


Assinaturas MDB