A opinião de ...

Encontros improváveis: conversas da Fé

Foi com enorme e profundo gáudio que vi a adesão dos fiéis da paróquia de Alfândega da Fé neste evento que teve tanto de inesperado como de inspirador.
Pela poesia da Fé e na mais pura filigrana do testemunho, os nossos convidados conduziram-nos pelas naus das epopeias históricas da Fé.
A Fé é sempre dada, recebida e testemunhada na comunidade. Não é ‘minha’, antes ela é transmitida fielmente na Santa Igreja Católica e nela recebida no dia do nosso baptismo. Por isso, a Igreja é a fiel depositária do grande tesouro da Fé.
Não menos vezes confundimos fé com espiritualidade. Quantas vezes não “metemos tudo no mesmo saco”? Se é verdade que a fé implica sempre um acto consciente de assunção de um Tu, de um Credo, de um conjunto de normas, regras e definições inerentes aos conteúdos do mesmo, também é verdade que a espiritualidade é uma realidade inata ao ser humano e presente em todos nós. Com efeito, ela antecede e potência o Encontro [fundante e fundamental] no qual surge a Fé como dom do Dador da Vida, Jesus Cristo Nosso Senhor.
E é neste Encontro com o rosto de Deus, na audível e perturbante Palavra, que Ele nos toca, nos inquieta, nos suscita a um novo e renovado encontro com Ele, connosco mesmos e com a comunidade em geral.
Se Deus é antes de tudo a Palavra, uma palavra comunicada, partilhada, audível e incarnada, então esta Palavra transforma a pessoa humana a partir de dentro, a partir do coração, a partir da alma, e com isso reformula os nossos referenciais e princípios basilares. Portanto, a Palavra de Deus é a geradora da vida e, em simultâneo, semeadora do dom de Deus.
Como o turbilhão das águas sulfurosas das nossas termas que suavizam e curam, assim também a Palavra de Deus cura a nossa indiferença e a nossa inoperância num mundo que clama por ajuda e por maior visibilidade de Deus nos seus fiéis. Só pela e na envolvência desta Palavra seremos o que nascemos para ser, ou seja, transparência e visibilidade da misericórdia de Deus.
Em total gratidão por todos aqueles que contribuíram eficazmente para o êxito deste evento pastoral, espero que estes «Encontros improváveis: conversas da Fé» se possam replicar noutras comunidades da nossa amantíssima Diocese.

Edição
3760

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