A opinião de ...

Do alto dos oitenta e tal anos Da Terra para Marte e de Marte para a Terra

(Continuação da edição anterior)
Não tardou muito que, na Terra, se viesse a saber daquela viagem. E porque mais se soube sobre a sua habitabilidade, logo os beligerantes, ansiosos pelos previsíveis conselhos do deus da guerra, servindo-se dos mesmos meios que o senhor Eleutério e família utilizaram, imediatamente se fizeram transportar para aquele tão desejado Planeta, com todas as suas máquinas de guerra, acompanhados por alguns exploradores que procuravam usufruir dos bens que ali iriam encontrar.
Instalados, difícil foi a sua disposição por categorias. Mas, após clamorosas discussões e ameaças de parte a parte, lá conseguiram organizar-se.
O que se seguiu foi algo inaudito. O 1.º ministro, depois de um longo olhar para aquele enorme acampamento, deitou-se sobre um chão rochoso, começando a pensar no que iria fazer com aquela gente. E como, inesperadamente, sentiu um calafrio, espirrou de tal forma que tudo o que vira à sua frente, como que por encanto, logo desapareceu. Mas, como aquela mole de gente possuía a resiliência própria dos tidos por duros, não se intimidou. Foi regressando e ocupando o seu espaço, onde, provavelmente, continuou com as suas quezílias, sem, posteriormente, deixar de interagir com o seu deus!
Depois de regressada à Terra, convivendo com os martirizados que não conseguiram realizar tão insólita viagem, a família de Eleutério sente-se realizada. E porque um caso curioso aconteceu em Marte, a família daquele intrépido casal cresceu desmesuradamente: bastava pensarem em ter um filho para que, num milionésimo de segundo, esse filho aparecesse à sua frente. E assim, muitos e muitos milhares, até constituírem um grande e harmonioso país.
Pacífica e ordeiramente, todo o encanto da Terra foi tomando a sua forma e aspeto mais emblemáticos: a fauna e a flora ressurgiram, os rios agradeceram a água límpida, os mares, ondeando, lentamente foram retomando o seu tamanho normal, as grandes massas de gelo cresceram e mantiveram-se firmes, a amplitude celeste cravou-se de pontinhos brilhantes nas noites escuras; e contrariamente a estas, uma lua cheia prateou a Terra! O sol, esse, sorridente e bonacheirão, aparecendo por entre as nuvens, fez amainar os seus raios mais perfurantes para não magoar tudo quanto do alto avistava!
Tinha regressado a ansiada felicidade à Terra!!!

Nota do autor – O conteúdo deste artigo nada mais é do que uma visão fictícia.

Edição
4024

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