A opinião de ...

Será que havia necessidade de mais esta trapalhada?

Curiosamente, ou talvez não, nesta fase do calendário em que a classe política do país, devia estar concentrada na discussão e votação do Orçamento de Estado para 2023, torna-se extremamente difícil compreender e aceitar, o autêntico tsunami de suspeitas de incompatibilidade de funções que, dia após dia, está a por em causa a legitimidade de um número demasiadamente extenso de elementos do governo, fenómeno que, duma maneira impossível de disfarçar, está a corroer por dentro e descredibilizar perante a opinião pública a imagem de todo o governo de maioria socialista o que, só por si, é motivo mais que suficiente para exigir dele explicações claras e objetivas sobre esta e muitas outras situações importantes, com especial destaque para o momento da TAP e do anunciado novo gasoduto.
Comecemos pela situação catastrófica do pântano onde a teimosia e a vaidade saloia de uns tantos afundou os cacos em que transformaram a TAP depois de nela enterrarem inutilmente biliões de euros, apenas para satisfazer e alimentar o ego e os caprichos de uns tantos, distraindo-se nas tardes de domingo a ver os aviões da TAP levantar nos céus de Lisboa, (porque ver aviões da TAP nos céus do Porto, que, é bom lembrar, até tem um dos melhores aeroportos da Europa, é coisa tão rara como que ver um boi a voar), e a recordar o que foi uma companhia de navegação aérea que, pela sua enorme qualidade e pelos serviços de excelência que proporcionava, sempre fora classificada como uma empresa de referência.
E, para que, como de costume, “não houvesse duas sem três”, ainda não foi desta que essa gente assentou os pés na terra.
Como se tivessem redescoberto o caminho marítimo para a India, acabam de montar mais uma das suas costumadas encenações, e, como quem exibe um grande troféu de caça, aí estão eles, anunciando agora, para júbilo de Portugal e proveito da Espanha e da França, a descoberta sensacional dum trajeto terráqueo e marítimo, a começar em Portugal e terminar na França, para nele instalar um novo gasoduto, capaz de transportar simultaneamente para a Europa, o gás, que tanta falta nos faz, que outros têm mas não querem vender-nos, e o hidrogénio verde que nós ainda não temos, nem sabemos se o viremos a ter, para vender se e quando o tivermos.
Porque uma solução como esta, nascida do nada e caída do céu aos trambolhões, pode gerar problemas gravíssimos, entre outros, de custos, rentabilidade, segurança, viabilidade técnica e económica, antes que seja tarde, exige-se resposta a esta simples pergunta:
NA ATUAL CONJUNTURA, QUAL É O INTERESSE DE ENVOLVER O PAÍS NUMA TRAPALHADA DESTE CALIBRE?

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3907

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