A opinião de ...

A Pousada da 7ª Felicidade

Alguns leitores recordam-se do filme a Pousada da sexta felicidade, inspirado no livro com igual título, sendo figura de primeira grandeza, a belíssima Ingrid Bergman no auge do seu esplendor. Pois bem, inspirei-me no título das duas obras para caracterizar (segundo o meu parecer) a situação portuguesa, onde tudo flutua entre o relato da tragédia na Ucrânia e o referenciar contratações futebolísticas para animarem a nova época, ignorando-se o fervilhar do vulcão debaixo dos nossos pés, principiando no depauperamento da segurança das pessoas nas maiores cidades e núcleos turísticos, como reconheceu o novel ministro José Luís Carneiro (ao contrário do teimoso Cabrita),
Ao longo da História a farândola divertia a maioria das pessoas, as advertências sugerindo trabalho e poupança eram e continuam a ser ridicularizadas, a secular dupla pão e circo, ganhava e ganha ao rifão guarda que comer, não guardes que fazer pois esta vida são dois dias e, peço perdão aos leitores: que se lixe a taça|
Se alguém entender que estou a exagerar pensemos nos dinheiros gastos com o futebol, nas insultuosas chalaças de Berardo, no «está tudo controlado a nível do incremento da pandemia», da proliferação das manifestações de ortodoxia numa atmosfera de intransigência dogmática.
Poucos pensam numa eventual crise alimentar, muitos predispõem-se a ferrar os dentes não num buítelo mais de carniça do que de ossos, mas sim na bazuca várias vezes anunciada. O dinheiro tão lido continua a ser a grande paixão das sociedades, residindo nessas palpitações os desvios não só dos oligarcas russos, também dos amigos do alheio de aquém e além-mar.
Não só os jornais diários nos dão conta dos caídos em tentação, também os órgãos de informação regional nos dizem como é no seu raio de influência, corroborando este outro modelo de pandemia.
O Mestre Aquilino Ribeiro escreveu Andam Faunos Pelos Bosques, agora podemos dizer Anda um Leão no ISCTE a gerir fundos outorgados por um antigo ministro chamado Leão, a demonstrar as vantagens da ubiquidade categoria já anteriormente usada em sorteios no universo da justiça. Neste País das maravilhas (saudoso VPV) os sons do vulcão só atemorizam os prudentes, os governantes estão de barriga cheia após o lauto banquete da maioria absoluta oferecida em comandita pelo BE/PCP, na Assembleia da República só passa quem souber ler a cartilha de António Costa, no referente à oposição temos o titureiro Ventura e sus muchachos veneradores do grande líder, os liberais sem fato às riscas e polainitos, esperando eu que Luís Montenegro faça oposição para lá de bater com o tacão da bota, usando luva branca no aperto férreo no confronto com o pugilista Costa praticante do KO quando menos se espera ao jeito do Belarmino ribatejano.
Estamos na sétima felicidade!

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