A opinião de ...

ABRIL Abriu!

Abriu portas à Liberdade? Abriu, mesmo para quem a desdenha, defensor da Santa Liberdade que não abrangia os patuleias da Maria da Fonte, que no consulado salazarista a exclusão atingia muitos cidadãos inibindo-os devotarem.
As portas ficaram abertas para todos entrarem no território português antes usufruto de terra tenentes, nababos e classe média temente ao aparelho repressivo e, o Homem que comandando militares do quartel de cavalaria de Santarém chama-se, sempre assim será designado porque morrendo há trinta anos continua o seu exemplo maior de generosidade, de desprendimento pelas honrarias, hossanas, além de ter demonstrado o mais veemente desapego por bens materiais de qualquer natureza. Esse Homem chama-se Fernando Salgueiro Maia. O Capitão dos capitães de Abril.
O Deuses arrebataram-no demasiado cedo, no entanto, até ao ano do seu desaparecimento ainda viu, ouviu e sentiu o azorrague da inveja, da intriga, da perseguição por parte dos ortodoxos que chegaram à desmesura de colocarem uma notícia no Século a dizer «Salgueiro Maia em fuga» na sequência da spinolada de Tancos. Um dos tais ortodoxos seguia os seus passos qual cão rafeiro até à noite em o sempre corajoso Capitão o trancou num beco perto do antigo Matadouro e lhe apontou uma pistola e o espia desapareceu num ápice.
No domingo dia 3 o ilustre Capitão foi alvo de sentida homenagem dos cravos em Santarém, forçada convalescença impediu-me de comparecer e escutar a mensagem sentida, clara, certeira e de quem o enobrece, refiro-me à sua Neta

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