Viver na era digital quando mal se aprendeu a ler

Aos 95 anos, Deolinda, residente numa aldeia de Torre de Moncorvo, sente cada vez maior dificuldade em lidar com os serviços públicos. O Simplex tem-se revelado um complex. Tratar de assuntos nas Finanças, conservatórias ou Segurança Social, ou outros serviços cada vez mais informatizados, é complicado para quem tem pouca instrução escolar.
Se a deslocação aos serviços já é complicada, quando exige mesmo a sua presença, em aldeias com poucos transportes, fazer agendamentos e marcações online, que vão além da chamada por telefone, é-lhe impossível. “Não tenho computador, mas se tivesse também não sabia andar com ele. Nem tenho telemóvel, nem percebo nada destas coisas da Internet”, contou.