Entrevista Dra. Inácia Rosa

"De todos os casos ocorridos nos últimos tempos tem-se verificado que existe uma menor gravidade"

Publicado por António G. Rodrigues em Sex, 2021-09-24 10:50

Nos últimos seis meses, houve apenas 15 mortes associadas à covid-19 no distrito de Bragança, quando tinham sido 342 nos 12 meses anteriores.

Em entrevista ao Mensageiro, a responsável pela Saúde Pública do distrito, Dra. Inácia Rosa, lembra os cuidados que escolas e alunos devem ter no regresso às aulas e admite que os casos mais recentes têm implicações menos gravosas do que antes da vacinação. Mas espera um aumento de casos até ao inverno.

Mensageiro de Bragança: Que cuidados devem ter os alunos no regresso às aulas?
Dra. Inácia Rosa:
Para minimizar o risco de infeção por SARS-COV2, é fundamental adotar medidas de prevenção e controlo da transmissão do vírus. Assim:
A- Todos os alunos a partir do 2º ciclo do ensino básico independentemente da idade, devem utilizar máscara comunitária certificada ou máscara cirúrgica.
As crianças que frequentam o 1º ciclo do ensino básico, o uso de máscara comunitária certificada ou máscara cirúrgica é fortemente recomendado.
Às crianças com menos de cinco anos não se recomenda o uso de máscara.
B- Perante quaisquer sinais e/ou sintomas de doença, as crianças devem permanecer em casa como:
Tosse de novo ou agravamento do padrão habitual; febre (temperatura corporal = ou > a 38) sem outra causa atribuível; dispneia/dificuldade respiratória sem outra causa atribuível; Anosmia , ageusia de início súbito
C- Lavarem ou desinfetarem as mãos com frequência, cumprir com a etiqueta respiratória.

MB.: Que medidas devem observar as escolas?
IR.:
Todas as escolas devem manter-se devidamente preparadas para a abordagem de casos com suspeição de covid-19, assim como para prevenir e minimizar a transmissão desta doença, através da ativação e atualização dos seus planos de contingência
Os planos referidos devem contemplar:
Os procedimentos a adotar perante um caso possível ou provável de covid-19;
definição de uma área de isolamento, onde seja possível efetuar chamadas telefónicas, onde exista uma cadeira, água, alimentos não perecíveis, acesso a instalações sanitárias; manter o distanciamento físico recomendado entre pessoas; distanciamento físico entre o pessoal docente e não docente e os alunos nas salas de aula, sempre que possível um distanciamento físico entre os alunos e os alunos/docentes de, pelo menos, um metro, separação de mesas; definição de circuitos no recinto escolar; alternância de horários de entrada e saída, limpar e desinfetar adequadamente as superfícies e espaços; assegurar uma boa ventilação dos espaços, preferencialmente com ventilação natural, através da abertura de portas e janelas; cancelar atividades realizadas em espaços fechados que não sejam fundamentais, privilegiando, sempre que possível, atividades ao ar livre.

MB.: Com o processo de vacinação em curso, os casos positivos que ainda vão surgindo na região configuram menos gravidade do que antes?
IR.:
Sim, de todos os casos ocorridos nos últimos tempos tem-se verificado que existe uma menor gravidade que se traduz quer em termos de mortes quer de internamentos.

MB.: Quantas mortes associadas à pandemia tem registadas?
IR.:
Temos 357 óbitos.

MB.: É expectável que a chegada do outono e inverno traga um recrudescer do número de casos?
IR.:
Sim, é possível, pois todos os tipos de infeções víricas aumentam no inverno, porque os vírus resistem mais a temperaturas baixas, quer nas superfícies, quer no ambiente.

 

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