Editorial - António Gonçalves Rodrigues

Abrir ou não abrir, essa a questão

Nos últimos e nos próximos dias, a questão do momento será a de abrir ou não e em que medida a economia depois do mês e meio de confinamento devido ao novo coronavírus.
Como qualquer criança sabe, o exercício de suster a respiração só consegue ser executado até certo ponto sem deixar sequelas. Com a economia, acontece algo de semelhante. Quantas mais semanas passam, são mais as pessoas a engrossar a fila do desemprego e do banco alimentar (como as notícias dos últimos dias documentam).
Como diria o povo, "não se morre do mal, morre-se da cura".


O farol que nos guia

A pandemia que por estes dias enclausura o mundo ameaça trazer com ela a pior crise económica desde o grande depressão de 1929.
Uma minoria de atividades económicas tem passado incólume, e até beneficiado, com estes tempos sombrios.
No meio do caos em que se tornou a vida de muitos, com hábitos e rotinas virados do avesso, as notícias, os jornais, as televisões e as edições digitais dos jornais tornaram-se num refúgio para grande parte da população, que há muitos anos não estava tão ávida de estar informada.


"Papá, 'tamos 'xuntos'"

No Brasil, uma festa de noivado do pretendente à coroa e herdeiro da Casa de Bragança terá sido o responsável pela contaminação de alguns membros da elite económica e política brasileira. O mesmo país em que o crime organizado cerrou fileiras para proteger povo nas favelas. Na Inglaterra, o próprio Primeiro-Ministro foi esta semana internado nos Cuidados Intensivos.


As notícias da morte deste vírus são manifestamente exageradas...

Os primeiros dias de confinamento obrigatório foram difíceis de suportar para muitos. A primavera trouxe os primeiros sinais de algum calor, as flores despertaram, as ervinhas esverdeceram e o povo não aguentou. Após quase duas semanas, o passado fim de semana trouxe gente para as ruas. Muita gente. Se as cidades pareciam vazias, os caminhos periféricos pareciam os das romarias de verão ou os caminhos de Santiago, tal a quantidade de pessoas e grupos que se cruzavam.


Antes de melhorar, vai piorar

Estes tempos que hoje vivemos não são tempos de meias palavras nem de meias medidas. E, muito menos, de brincadeira. Nos últimos dias, o número de casos positivos no distrito de Bragança (sobretudo em Bragança mas com origem em Mirandela) disparou. E vai continuar a subir nos próximos dias.
Os positivos a que temos vindo a assistir (e a noticiar), só não subiram ainda mais porque as autoridades não têm mais testes disponíveis para fazer. Se não, seriam mais.


Uma questão de respeito

A luta contra a disseminação do novo coronavírus, o Covid-19, tem sido um desafio para todos, em todo o mundo.
Em Itália, a taxa de mortalidade do vírus escalou acima do previsto e do que aconteceu nos países asiáticos, ultrapassando os seis por cento.
O elevado envelhecimento do país tem sido apontado como um dos principais problemas e uma das causas para esse efeito.
Em Portugal, os últimos sete dias foram pródigos em anúncios de novas medidas, que incluíram o teletrabalho, o encerramento de estabelecimentos, serviços públicos, escolas e até de fronteiras.


A fé move montanhas mas não custa ajudar a empurrar

A epidemia do novo coronavírus que alastrou a todos os continentes está a tomar conta e a paralisar a atividade mundial, das manifestações desportivas às culturais, políticas ao mais básico do dia a dia, como trabalhar, ir à escola ou, sequer, sair de casa.
Antes de mais, é fundamental não nos deixarmos dominar pelo medo. Uma epidemia com uma taxa de mortalidade entre os dois e os três por cento e que é especialmente perigosa para corpos já de si debilitados por doenças ou patologias anteriores não pode tomar conta das nossas vidas.


Expectativas furadas

Quando se anunciou, pela primeira vez, nas páginas do Mensageiro, que o Governo viria em peso ao Nordeste Transmontano, as expectativas das gentes do Nordeste Transmontano ficaram em alta. Afinal, com tanto que há por fazer de forma a atrair gente para estes territórios (como agora os governantes adoram dizer) e fixar famílias, alguma medida concreta haveria de ser anunciada.


Promessas, as cumpridas e as que ficam por cumprir

Em dezembro, tinha a UNESCO acabado de considerar os Caretos de Podence Património Imaterial da Humanidade, o Presidente da República, Marcelo apressou-se a prometer passar pela aldeia do distrito de Bragança que tem nos caretos coloridos imagem de marca.
Muitos pensaram que seria uma declaração de ocasião. Mas a verdade é que, no sábado, Marcelo cumpriu a promessa que fez, à custa da visita oficial à Índia, que acabou mais cedo do que inicialmente previsto, porque para o Presidente, palavra dada é palavra honrada.


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