A opinião de ...

Matematicamente pensando: Praxes académicas

 
Muito se tem falado das praxes académicas e, consequentemente, das várias realizações e eventos que lhe estão associados. A noção de praxe académica é apresentada no dicionário, infopédia, http://www.infopedia.pt, como “costumes e convenções baseados numa relação hierárquica e usados por estudantes mais velhos de uma instituição do ensino superior, de forma a permitir a integração dos mais novos no meio académico”.
Como se pode observar as palavras-chave associadas a praxe académica são: costumes, convenções, relação hierárquica, ensino superior e integração. Assim, na sua essência não se identificam indicadores que permitam inferir algo de prejudicial ou indesejável.
Não escondo que em todas as instituições podem surgir situações menos claras, alguns exageros e por vezes situações imprevisíveis e com consequências graves e irreversíveis. Não pode ser minimizado qualquer ato anómalo, principalmente quando põe em causa a própria vida humana, mas também não podem ser ignorados alguns aspetos associados às praxes que têm toda a razão de existir. Desses aspetos saliento a criação nos estudantes de um espírito académico de união, de força e de esperança para percorrerem um caminho comum no processo de ensino e aprendizagem e uma entrada com esperança e convicção na vida profissional, ancorada em conhecimento, em competência, e em relações humanas consistentes e solidárias.
Das praxes académicas prefiro destacar os aspetos que considero muito positivos e que são lições para a vida, tais como a preservação de costumes académicos que se transmitem de geração em geração, as convenções que é necessário cumprir e cultivar, o ensino superior como o expoente máximo da evolução e desenvolvimento de um país, e por último destaco a integração dos mais novos nas instituições por aqueles que as frequentam há mais tempo.
No mundo há poucas coisas que se possam considerar perfeitas e a eventual perfeição só existe quando contextualizada num espaço e num tempo. Assim, muitas das imperfeições que sobressaem nos contextos académicos têm dimensões muito distintas em função do ponto de vista do observador e da afinidade que esse observador tem com o contexto onde são desenvolvidas.
Sabemos como é difícil para muitos pais conseguirem proporcionar a um filho a possibilidade de concluir um curso superior. Mas não tenho dúvidas que todos os pais se sentem felizes e compensados pelo esforço realizado, quando veem um filho envolvido nos eventos académicos que simbolizam o fim do início de um percurso que começou com a entrada no ensino superior, e acreditam no início de uma carreira profissional para os seus filhos com preparação e potencialmente melhor do que a dos seus progenitores.

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