A opinião de ...

MENSAGEIRO

No ano transacto este jornal comemorou 75 anos de existência, resultando da evocação da efeméride uma obra da autoria de César Urbino Rodrigues onde são salientados de forma cronológica pontos de referência a fazerem a prova/provada de o Mensageiro estar ao serviço da Região.
Falar de obras deste género pode redundar num breve e fácil registo laudatório, sempre actual desde há séculos, ficando quem o escreve duplamente satisfeito, por um lado varreu a testada, por outro julga ter produzido satisfação ao ego do ou dos autores.
Não possuo talento capaz de afivelar a máscara adequada a cada circunstância, o calendário assinala ter a última edição do Entrudo findado há dois dias embora o Carnaval das várias momices durar todo o ano, desprovido do dito talento ainda e sempre, escrevo sem pestanas postiças provocando-me, de quando, em vez, arreliadoras inflamações oculares. Isto para dizer o quê?
Para dizer aos puristas do politicamente correcto à esquerda e à direita que o Conteúdo dos vários conteúdos inseridos para além da matriz do Jornal, temos ampla panóplia de referências acerca do ocorrido no Distrito nas últimas décadas. O estudo da História do Nordeste no século XX não pode ignorar este Jornal. Goste-se ou não!
De forma superficial, leviana, muito boa gente classifica o Mensageiro de forma unilateral, atrevo-me a escrever, de modo monista, sem prestar atenção às múltiplas notações de pensamento dos seus correspondentes e colaboradores.
O jornal tornou-se-me familiar ainda adolescente, cada número durava até à chegada do substituto, quando deixei de ser abúlico relativamente ao meio, muitos artigos inseridos fulguraram percepções de vida no meu íntimo, o Padre José Telmo Ferraz é expoente de tais fulgurações.
 O leitor atento facilmente descobre os filamentos e travejamentos orientadores do jornal ao longo dos decénios, não lhe escaparão as alteridades no grafismo desde o austero até ao farfalhudo, passando pelas linhas lineares mas de sulco fundo quase desprovidas de alacridade.
Também o leitor encontrará na obra em apreço guião informativo a facilitar a pesquisa referente ao tema desejado e, amiúde, a personalidades destacadas por este ou aquele motivo, ajudando toda a casta de públicos, especialmente os desprovidos de paciência.
O meu querido amigo Doutor Alexandre Manuel cuja tese de doutoramento é sobre a Imprensa Regional de inspiração cristã sempre que abordamos o tema destaca positivamente o Mensageiro, independentemente de apontar fases ou números menos conseguidos.
Ele acredita na sobrevivência da imprensa regional, eu também, no entanto, as dificuldades que a cercam obrigam a todos, no casos dos bragançanos, a defenderem os seus jornais pois são importantes no arejamento das Comunidades, o Mensageiro é o decano no Nordeste.
Parabéns ao Jornal, felicitações ao autor do memorial comemorativo

Edição
3563

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