Serviço noturno de emergência só está a ser assegurado por um helicóptero da Força Aérea em todo o país

Apesar de o governo ter anunciado que a partir de 1 de julho o transporte aeromédico de emergência seria assegurado 24 horas por dia pelos quatro helicópteros da Força Aérea Portuguesa (FAP), que completavam o serviço dos dois meios disponibilizados de imediato pela empresa que ganhou o concurso público, os militares só dispõem de uma aeronave para missão durante a noite. A notícia é avançada pelo Jornal Expresso esta sexta-feira que confirmou junto de várias fontes que o helicóptero disponível “é um dos dois Merlin EH 101 estacionados na base aérea do Montijo”, e que as outras três aeronave afeta “não tem autorização para voar à noite”.
Ainda segundo o mesmo jornal a aeronave estacionada no Montijo já foi acionada para socorrer um acidente em Chaves.
Na passada segunda-feira, véspera de entrar em funcionamento o período transitório previsto, com dois helicópteros da empresa e quatro da Força Aérea Portuguesa, dois deles para assegurar o período noturno, o presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros manifestou a sua preocupação, com a situação transitória de previa o serviço noturno assegurado por aeronaves e equipas da Força Aérea, durante 12 horas, mas segundo a notícia do Expresso a situação é mais grave.
As mudanças temporárias previstas preocupavam o presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros, cujo helicóptero ali baseado vai passar a voar apenas 12 horas, sendo o período noturno feito através dos meios da Força Aérea Portuguesa a partir de amanhã. Benjamim Rodrigues explicou que esta nova situação, que deverá ser temporária, “não é boa para a população, pois vamos ter um tempo de atuação mais prolongado, o que pode significar a diferença entre a vida e a morte”.
No verão a população aumenta na região transmontana devido ao regresso dos emigrantes e à vinda de turistas, o que pode criar mais problemas. “Quando menos se espera é quando as coisas acontecem. Provavelmente, vamos ter intervenções noturnas mais frequentes do que o habitual”, sublinhou.
O novo helicóptero já aterrou no heliporto de Macedo de Cavaleiros, mas, segundo o autarca apenas sabia que equipas vão mudar. “O que sabemos é que teremos aparelhos insuficientes para assegurar o serviço e, como tal, 12 horas são asseguradas pela nova empresa e outras 12 pela Força Aérea”, referiu Benjamim Rodrigues, que espera que esta nova forma de atuação do INEM “não se prolongue por muito tempo”.
O autarca explicou que até agora o helicóptero do INEM sediado em Macedo de Cavaleiros “tinha índices de operacionalidade noturna das maiores do país”.
A base área da Força Aérea mais próxima de Trás-os-Montes é a de Ovar. Benjamim Rodrigues disse que “a viagem vai demorar cerca de uma hora” e que numa emergência, por exemplo, cardíaca “a capacidade de intervenção era das mais rápidas do país, porque o helicóptero transportava os pacientes para Vila Real, onde fazem o cateterismo, agora imagine-se o que é estar a vir um meio de S. Jacinto (Aveiro) ou Ovar, ou de outro local, vai ser o tempo de vida ou de morte, neste caso de morte”.
No heliporto de Macedo de Cavaleiros há condições para o meio aéreo da Força Aérea ficar sediado. “Se houvesse entendimento seria conveniente. Ganharíamos muito tempo”, indicou Benjamim Rodrigues admitindo que tem pouca informação sobre a reorganização do socorro aéreo do INEM. “A organização deste processo está um pouco inquinada porque os municípios são entidades que são intervenientes diretas e deviam ser ouvidos”, afirmou autarca.