Estudantes Africanos do IPB fizeram primeira mostra intercultural
A Associação de Estudantes Africanos do Instituto Politécnico de Bragança realizou, no fim de semana, a primeira mostra cultural na região, com o objetivo não só de promover a cultura dos países representados pelos estudantes mas, também, de dar a conhecer as particularidades do Nordeste Transmontano.
Ao longo de dois dias (sexta-feira e sábado) realizaram-se concertos musicais, sessões literárias e mostras gastronómicas.
“O IPB é um motor da interculturalidade, trazendo alunos dos diversos cantos do mundo e é importante para quem cá vive e cá nasceu conhecer um pouco da riqueza cultural que atualmente se encontra em Bragança. E, ao mesmo tempo, dar a conhecer aos alunos que chegaram cá, aquilo que existe na região.
Chegámos a um país diferente e é importante conhecer a cultura local. Por isso também convidámos vários grupos tradicionais, para dar a conhecer à comunidade estudantil o que é a riqueza cultural da região”, explicou ao Mensageiro o presidente daquela associação, Wanderley Antunes.
O mesmo responsável adiantou que o objetivo foi, também, ajudar os estudantes a terem um rendimento extra.
“Participam muitos países, como São Tomé, Brasil, Tunísia, Moçambique. Também visa dar a oportunidade àqueles que têm pequenos negócios de virem mostrar e ter algum rendimento extra.
A inscrição foi livre. Serve para ajudar economicamente aqueles que passam por alguma dificuldade”, justificou.
A brasileira Aline Silva aproveitou para dar a conhecer aos colegas alguns dos sabores típicos da Bahia.
“Trouxe cocada, um produto típico da Bahia, bala baiana, e brigadeiros típicos, além de bolo de pote e bolo de cenoura com chocolate, que é o típico bolo da Vóvó.
Decidi participar para poder mostrar um pouco da nossa culinária e tudo o que o Brasil representa. Os nossos doces representam tudo aquilo que é o Brasil, o acolhimento, o sabor que lembra a casa da avó e da mãe. A feira tem muita gente diferente justamente para experimentarem um pouco de cada coisa”, contou ao Mensageiro.
Em Portugal há seis meses mas apenas há três em Bragança, admite sentir-se “acolhida”.
“Sinto saudades de casa mas hoje estou mais tranquila, a saudade está mais amenizada. Conheci um novo lugar, novas pessoas, uma nova família, que nunca imaginei que pudesse chamar de família.
A ideia da feira não é só vender e lucrar mas as pessoas conhecerem os nossos doces que, aos brasileiros, lembram muitas coisas.
A experiência está a ser melhor do que o esperado”, garantiu.
Já o são tomense Bacongo Layss trouxe a sua marca de vestuário, criada em Bragança. “É uma marca original, de roupas e acessórios. O objetivo era fazer com que as pessoas tomassem conhecimento”, disse.
Com uma banca em frente estava o núcleo moçambicano da Associação de Estudantes Africanos, também com produtos alimentares típicos daquele país. “Trouxemos um pouco de tudo. Pratos tradicionais e colocámos algumas coisas que as pessoas já conheciam, como bolo de cenoura com recheio de chocolate, enroladinhos de salsicha e espetadas de perú. É uma forma de angariar dinheiro para as atividades do núcleo”, explicou Samira Lopes, vice-presidente do núcleo, que considera que “esta mostra é importante porque as pessoas ficam com a possibilidade de conhecer um pouco a cultura e os pratos típicos”