A opinião de ...

A OPA sobre o PS

As não-eleições europeias desencadearam um vendaval no PS. Nada o faria esperar porque daquelas não-eleições nenhuma conclusão se pode tirar. Muito menos a de que o PS perdeu as eleições e a de que tem um Secretário Geral fraco politicamente e pouco competente tecnicamente.
Mas os guterristas-soaristas-socratistas-costistas de circunstância entenderam que deviam aproveitar todas as ambiguidades resultantes destas eleições para tentar mudar de Secretário Geral. Sem qualquer fundamento estatutário, lançaram uma OPA sobre o PS e sobre o seu Secretário Geral.
O Secretário Geral defendeu-se, bem, com a vitória eleitoral e com os Estatutos do Partido. Os opistas atacaram com a falta de competência política e técnica do Secretário Geral. E este, a contrasenso, propôs a dicotomia entre partido e governo, propondo, antiestatutariamente, que pudesse haver duas pessoas diferentes a ocupar os dois cargos, até agora acumulados por uma mesma pessoa.
Com este gesto, o Secretário Geral acumulou duas derrotas. Uma, política, porque deu a sensação de que estava a negociar com Costa. Outra, técnica, porque só o Congresso do PS pode aprovar eleições primárias para o cargo de Primeiro-Ministro e para a separação entre Secretário Geral e Primeiro Ministro. O Secretário Geral não tem, portanto, competência para, fora do Congresso, propor tal alteração. Dito de outro modo, o Secretário Geral cedeu o Congresso a Costa provocando-o sem ter consciência de que o estava a fazer.
A sensação que fica é que o PS está tão liberal, tão liberal, que já não tem lei nem para apresentar candidatos nem para estabelecer Estatutos. Vale tudo, desde lançar OPA´S sobre o partido a tomar decisões contra os Estatutos.
É curioso que, se vivêssemos num povo de santos, eu diria que, apesar de formalmente mal apresentada, a proposta de Seguro era o ideal de democracia. Como não vivemos em tal graça, a proposta é utópica e põe em causa a unidade entre Governo e Partido.
Infelizmente, vivemos na cultura política em que vivemos e, nela, não há lugar para ambiguidades e o que conta é o uso unitário do poder para conseguir dominação política e social. O problema do poder é o problema central da política. Todos o querem porque é o poder que garante a possibilidade de realizar os objectivos a que os candidatos se propõem. E é impressionante como, apesar dos extraordinários défice e dívida, todos querem as carícias do poder.
Por isso, o que se passa no PS é um problema de poder e um problema de respeito à Constituição e aos Estatutos face à ambição do poder. Em política é melhor que se seja honesto e que se pareça tal mas, se não se for honesto, ao menos que se pareça. Neste caso, nem isso. E um terceiro candidato seria desejável.
que o processo de transformação dos Aeródromos de Vila Real e Bragança em Aeroportos, possa acontecer, torna-se necessário coordenar todos os apoios possíveis não só a nível Executivo mas também a nível local, numa conjugação de esforços virados pelo mesmo objectivo, que o mesmo é dizer, encontrar-se na Área dos Transportes mais um vector indispensável ás acessibilidades da Região.

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