A opinião de ...

O nosso Primeiro Ministro, desta vez passou-se mesmo!

Então não é que, quando já todos desesperávamos pela chegada dos alforges bem locupletados com as arrobas e arrobas de euros vindos das terras da nossa querida e muito generosa Europa, o nosso primeiro ministro, através dum jornal (e aqui vou ter de dar a mão à palmatória porque nos idos tempos do século passado, mais de uma vez, disse os jornais nunca publicavam nada que se visse e que se aproveitasse), acaba de surpreender o país proclamando triunfalmente que, ainda antes de chegar a dita da bazucada europeia, o governo, muito provavelmente ainda antes do vinte e seis do mês de setembro, vai abrir os cordões à bolsa e, com mãos rotas, distribuir não já alforjadas, mas carradas e carradas de “nota” , notinha da boa, autentica e genuína, “nota” cá da nossa, sem sulfitos, sem corantes nem conservantes!
Mas porque, como diz o nosso povo, “quando a esmola é grande desconfia o pobre”, de certeza que muita e boa da nossa gente já andará a dar voltas à cabeça, tentado entender porquê isto só agora e não antes, para quê agora e não para depois?
Dão-se alvíssaras a quem adivinhar!
Porque, como já diziam os romanos, “as águias não caçam moscas”, deixemos de nos preocupar com a insignificância destas duvidazinhas de bolso, tipo cábulas de alunos mal preparados para o exame de matemática, e vamos ao que realmente nos interessa, como seja o prometido aumento chorudo do abono de família e a sempre prometida mas sempre adiada descida do IRS, começando por perguntar ao Sr. Primeiro Ministro se, quando disse o que disse, estava a falar a sério ou, talvez porque acordou bem disposto, resolveu tirar o dia para brincar com coisas sérias.
Fosse porque fosse, e isso só ele mesmo o saberá, o certo é que, mais uma vez, por estar mal preparado ou mal assessorado, tanto num caso como no outro se espalhou a todo o comprimento.
Com que coragem ou insanidade se acena com aumento do abono de família, especialmente a partir do segundo filho se, como toda a gente sabe, (talvez menos ele) é porque os casais jovens não têm condições mínimas para terem o primeiro filho, quanto mais o segundo ou o terceiro, que o número de crianças portuguesas nascidas no país caminha para números quase residuais e a crise é de tal ordem que, a única maneira de a vencer, se ainda os houvesse, seria mobilizar e deixar à solta muitos regimentos de Abades de Trancoso.
Quanto à prometida descida do IRS para a classe média, por favor, deixem-se de brincar com coisas sérias e “vão chatear o…outro”.

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3848

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