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Lutas que valem a pena

Na passada sexta-feira, a diocese de Bragança-Miranda teve a honra de servir de palco da apresentação da Mensagem do Papa para o dia das Comunicações Sociais, assinalado a 24 de janeiro, de S. Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas.
Foi a primeira vez que o Secretariado Nacional das Comunicações Sociais optou pela descentralização, trazendo para a periferia das periferias o foco de atenção.
D. João Lavrador, bispo de Angra e presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, lembrou o apelo do Papa Francisco a uma “comunicação mais positiva”.
D. João Lavrador assinalou a responsabilidade acrescida dos profissionais de comunicação no esforço de “estabelecer relação com o outro, no sentido de uma comunicação positiva”, com a “narrativa de histórias boas” e a preservação da memória.
“Recordar é colocar no coração. E a partir do coração, de cada ser humano, então, como que moldar essa renovação que há de colocar o futuro numa perspetiva melhor”, referiu.
Já o bispo de Bragança-Miranda, anfitrião da ocasião, defendeu que “o bem faz sempre bem e pode fazer mais bem em melhor, claro que o contrário também é verdade mas o esforço diário é de fazer o bem e evitar o mal”, explicou D. José Cordeiro, realçando que mesmo na apresentação dos casos de “não bem ou até de mal” pode-se “fazer suscitar” nos outros “a sua responsabilidade ou corresponsabilidade na construção do bem maior”.
Para além deste encontro, o dia 24 foi, também, pretexto para uma reunião descentralizada da direção da AIC, a Associação de Imprensa de Inspiração Cristã, da qual o Mensageiro de Bragança faz parte.
Uma reunião que serviu de mote a vários outros encontros, como a audiência com a Secretária de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira, cujo gabinete está, também ele, sediado em Bragança. A própria Secretária de Estado, de forma informal, lembrava, à saída, o papel que a imprensa regional tem na democracia, até pela “forma positiva como dá as notícias”, para além da maior proximidade com as comunidades.
E é para manter essa proximidade e reforçar a voz das comunidades mais afastadas da capital que a AIC se tem batido, também no campo político, por uma série de medidas que poderão ajudar a adiar a morte de um setor que definha.
Uma luta que vale a pena e que deve trazer frutos já no Orçamento de Estado de 2020, com a perspetiva de inclusão de pelo menos três das dez propostas feitas pela AIC em setembro aos diversos partidos políticos.
Porque, como dizia D. José Cordeiro aos jornalistas após o pequeno-almoço de sexta-feira, “não estão a pedir nada de especial ao Orçamento de Estado, estão a pedir a redistribuição daquilo que já está consignado em lei e que haja essa justiça para o mundo rural, para a interioridade e uma boa distribuição daquilo que é o bem de todos”.

Uma luta que vale a pena.

PS.: Noutro âmbito, causou estranheza o aparecimento de duas listas às eleições da concelhia do PS em Vinhais. Não por serem duas mas pelo facto de as duas nascerem no seio do executivo socialista na autarquia vinhaense.
Presidente contra vereador a tempo inteiro, num concelho em que o PS suou para manter a autarquia após a saída de Américo Pereira por limite de mandatos (cerca de 70 votos). Será esta uma luta que vale a pena?

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