A opinião de ...

Um lindo passeio por Bragança

Que linda está Bragança! Com o rio Fervença e a sua envolvente, as ruas e rotundas cheias de estátuas e obras de arte, muitos e belos museus, enfim aqui respira-se cultura e bem-estar. Quem não vem a Bragança há muito tempo, repara logo nesta qualidade de vida que melhorou bastante. Depois destas notícias horríveis que se ouvem todos os dias (e as que se adivinham…), que bom é ir passear até à capital do distrito. Bragança tem vestígios que remontam ao período da Pré-História e aos vários períodos que se seguiram. Obrigatório visitar o “Museu Abade de Baçal”, onde se guardam peças da: “pré e proto-história da região, estão também documentadas através de artefactos e outros objectos das sociedades recolectoras e metalúrgicas. Da romanização nordestina são testemunhos as estelas funerárias, aras, marcos miliários, instrumentos agrícolas, cerâmicas, objectos de adorno. Tem um núcleo de numismática e de ourivesaria dos séculos XVIII e XIX e ainda um conjunto de mobiliário significativo” (folheto distribuído pelo Turismo) E o nome dos Bragançãos? Segundo E. Carvalho “a família dos Bragançãos contribuiu para a fundação de um povoado que viria a ser denominado de Bragança, do nome da região e da alcunha da família”. A povoação de Bragança ganhou importância, e foi crescendo, uma vez que funcionou como primeira linha de defesa contra o Reino de Leão. A linhagem dos Braganção (ou Braganções) existiu nos séculos XI, XII e XII. Escreveu José Carlos L Soares Machado: “Daí resultou o presente trabalho, com o qual tentamos precisamente dar uma perspectiva o mais completa possível sobre a origem e a evolução desta linhagem medieval, indissoluvelmente ligada à fundação de Portugal, durante o período que vai desde o início do século XI até ao final do século XIII”,
Postas estas questões, vamos começar o nosso passeio pela velha cidadela, ou vila, como também lhe chamam, uma vez que está dentro das muralhas. Aí se encontram alguns monumentos emblemáticos da cidade de Bragança: as suas muralhas com a sua lindíssima Torre de Menagem, com a pedra de armas de D. João I, onde se encontra o Museu Militar; a “Domus Municipalis”, monumento ímpar da arquitectura românica civil, do período tardo-medieval; a Igreja de Santa Maria e o Pelourinho. O pelourinho tem a particularidade de ser constituído por duas peças distintas: uma coluna de fuste liso (possivelmente quinhentista) que encaixa numa figura zoomórfica de um berrão (vulgarmente designado por “porca da vila”). É um conjunto único, pelo menos que eu conheça, em Portugal. Perto, numa casa restaurada, encontra-se o “Museu Ibérico da Máscara e do Traje”, que convidamos a visitar. Após esta excelente visita, saímos da cidadela, pela rua Trindade Coelho, em direcção à rua Abílio Beça, onde se encontra o “Centro de Arte Contemporânea – Graça Morais”, que é obrigatório visitar. Um pouco mais acima, chega-se à “Praça da Sé”, onde se situa, o verdadeiro centro da urbe bragançana. Aqui, podemos almoçar num restaurante e visitar esta o resto da cidade. Será uma tarde bem passada, onde se pode visitar um bom e excelente comércio. Após esta agradável visita, vamos tomar um bom café e retomar às nossas casas, já pela tarde. Foi um dia muito bem passado. Visite a bela cidade de Bragança e não se arrependerá.
- Machado, José Carlos L. Soares, “Os Bragançãos História Genealógica de uma Linhagem Medieval (séculos XI a XIII”, página 5, Edição do autor, Lisboa, 2004.

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3903

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