Nordeste Transmontano

Hemodiálise do hospital de Bragança interrompida dois dias pela qualidade da água

Publicado por António G. Rodrigues em Qua, 2022-10-12 17:24

O serviço de hemodiálise do hospital de Bragança esteve interrompido entre sexta-feira e segunda-feira devido a dúvidas sobre a qualidade da água da rede pública, que apresentava valores do teor de alumínio superior aos recomendados para esta operação mas dentro do permitido para o consumo humano (0,20 microgramas por litro).

Segundo informação da própria ULS, o serviço foi retomado na segunda-feira depois de vários pacientes terem sido encaminhados para Mirandela. Aos bombeiros de Bragança foi solicitado o transporte de água a partir de Mirandela para abastecer os depósitos utilizados pelo serviço de hemodiálise. Foram transportados cerca de 90 mil litros. “Após ter sido detetada, na semana passada, uma anomalia na composição da água da rede pública usada nos equipamentos para tratamento dialítico, o que a manter-se poderia ter impacto na saúde dos doentes, foram adotados, de imediato, os procedimentos necessários, quando a qualidade e a segurança dos tratamentos ainda estavam garantidas. Tratando-se de tratamentos indispensáveis à vida destes doentes, foi implementada a medida preventiva de encaminhamento temporário para a Unidade de Diálise mais próxima, onde realizaram as sessões de hemodiálise habituais em segurança, tendo a ULS do Nordeste assegurado o transporte adequado, mantendo o conforto e bem-estar dos doentes”, garantiu a ULS, em comunicado, adiantando, ainda que “desde que o problema com a água da rede pública foi detetado, as equipas da ULS do Nordeste, da entidade responsável pelo apoio aos equipamentos de hemodiálise e da Câmara Municipal de Bragança têm desenvolvido todos os esforços e procedimentos para a resolução da situação com a maior brevidade possível”.

Câmara garante “qualidade da água”

Da parte do município de Bragança, o vice-presidente Paulo Xavier garantiu a “excelente qualidade da água” da rede. “O tratamento da água na ETA é de uma boa tecnologia e com controlo de excelência. A nossa água, em termos de potabilidade, é de qualidade”, garantiu, tal como indicado na análise efetuada segunda-feira, à qual o Mensageiro teve acesso.

“A nossa água, no inverno, é de alta qualidade e praticamente não precisa de tratamento. Obviamente que os reagentes têm de estar de acordo com a qualidade da água. Com uma seca tão profunda, com menos água na barragem [de serra Serrada], é natural que haja o uso de reagentes mais fortes”, esclareceu. O próprio facto de o nível da água da barragem que ainda abastece a cidade estar baixo pode levar a que, naturalmente, aumente o teor de alumínio.

Paulo Xavier admite, por isso, que nos próximos dias a autarquia recorra à barragem de Veiguinhas, que pertence à Águas do Norte (ao contrário da barragem da Serra Serrada, gerida pelo município), para o abastecimento à cidade. E questiona se a ULS não deveria ter um melhor sistema de filtragem para estas situações.

 

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