Miranda do Douro

Catarina Martins acusou o governo de “assaltar o povo transmontano” com o negócio da venda de seis barragens no Douro pela EDP

Publicado por Glória Lopes em Dom, 2021-02-28 18:38

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) criticou este domingo o executivo socialista de António Costa por "fechar os olhos" ao esquema que a EDP montou para fugir aos impostos na venda das seis barragens no Rio Douro e de ter permitido que o negócio fosse feito poucos dias depois de ter entrado em vigor uma legislação que permitia que o imposto do selo fosse pago na região onde estão construídos os empreendimentos, em vários concelhos de Trás-os-Montes, dois dos quais estão localizado em Miranda do Douro. Foi precisamente a barragem do troço que atravessa esta cidade que a Catarina Martins escolheu como cenário para acusar o governo de "assaltar o povo transmontano ao roubar-lhe 110 milhões de euros em impostos", durante uma visita este domingo à barragem de Miranda do Douro, uma das que faz parte do pacote vendido pela EDP ao grupo francês liderado pela Engie.
A bloquista disse ainda que para este concelho, que produz energia, não veio “um tostão”.
O BE contesta a forma como a foi realizada a transação que consideram “não ter legitimidade" para evitar o pagamento dos vários impostos. "É um esquema que não cumpre a lei em vigor", vincou Catarina Martins, porque a isenção do imposto só "aconteceria se a venda das barragens não acontecesse, se fosse uma restruturação de empresas e não uma venda, mas não houve restruturação nenhuma", acrescentou.
Em causa está o imposto do selo seriam 110 milhões de euros que, segundo Catarina Martins, "estavam prometidos ao povo transmontano e que não estão a ser pagos", bem como o IMI entre outras tributações.
A líder do BE defende que é tempo de reverter o negócio, mas que é o governo tem que fazer uma escolha: "ou apoia o desenvolvimento desta região e reverte o negócio ou é cúmplice das negociatas da EDP", afirmou numa conferência de imprensa realizada junto à barragem de Miranda do Douro.

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