Aposentado é mestre em construir guitarras portuguesas
Das hábeis mãos de Armando Aníbal Pereira saem guitarras portuguesas, cavaquinhos, guitarras clássicas ou acústicas, todas trabalhadas com extrema dedicação.
Este transmontano, natural de Sambade (Alfândega da Fé), mas a residir em Bragança, onde tem a sua oficina de instrumentos musicais. Armando mostra com orgulho o seu novo instrumento “exclusivo”. Trata-se de um bandolim e um cavaquinho. “São dois em um”, diz. “Foi há coisa de três meses que me lembrei de o fazer assim. Foi um bocadinho difícil conseguir acertar um braço e outro, porque um é sobreposto e o outro é escala rasa, que é um bocadinho mais baixa, mas lá consegui”, adianta com satisfação enquanto toca “a modinha do apita o comboio”.
Armando Pereira tem 70 anos, funcionário público aposentado, há oito anos, mas a sua grande paixão, desde bem cedo, sempre foi a música, ou melhor as guitarras. Teve a primeira aos 14 anos quando um amigo lhe pediu para levar para Bragança, onde estudava, uma guitarra portuguesa para consertar. A partir daí entusiasmou-se de tal forma pelo instrumento que fez a sua própria guitarra. “Andei algum tempo com a intenção de criar uma guitarra para mim, mas o meu pai não me dava dinheiro porque naquele tempo era difícil e ele queria era que eu estudasse. Então, comecei a fazer uma guitarra, arranjei um caibro de restos da obra da casa que o meu pai fez e acabei por fazer a primeira guitarra e andei com ela até aos meus 25 anos”.