Festa da Castanha alertou para problemas dos soutos e Câmara promete reativar Norcastanha
A segunda edição da Festa da Castanha, promovida pela União das Freguesias de Sé, Santa Maria e Meixedo, em Bragança, no passado fim de semana, foi “um sucesso” e teve “atividades bastante participadas”, incluindo o seminário que alertou para os problemas que afetam os soutos da região, nomeadamente a doença da tinta. “Se nada for feito ao nível de Governo Central, provavelmente em Bragança e Vinhais os soutos vão desaparecer no prazo de 15 ou 20 anos”, antevê o presidente daquela União de Freguesias, Telmo Afonso, também ele um produtor de castanhas.
“Há sinais a que devemos estar atentos. Há 20 anos tínhamos 20 mil hectares de souto plantado e havia mais castanha. É preciso que o Ministério da Agricultura olhe para a produção de castanha como algo interessante. Pode não ter grande peso na economia nacional mas tem um grande peso na economia local”, frisou.
Sobre o evento, enalteceu o facto de os 18 expositores terem “ficado satisfeitos”.
“O balanço é muito positivo. Houve uma boa participação em todas as atividades, como a montaria, o BTT, as palestras.
No BTT encerrámos as inscrições dois dias antes por já termos 100 inscritos. A demonstração mecânica da castanha também foi bom, apesar de as pessoas já saberem o que há para apanhar a castanha”, disse. Sobre o futuro é que prefere não se comprometer, pois a próxima edição seria sempre depois das eleições autárquicas. “Não faz sentido estarmos a pensar nisso pois não sabemos quem estará no executivo. Se eu estiver, a festa da castanha será para continuar”, disse.
Já o presidente da Câmara de Bragança, Paulo Xavier, disse que “este é um evento que está a dar eco ao que de melhor se faz no nosso concelho”. “Cerca de 80 por cento da castanha produzida a nível nacional sai de Trás-os-Montes”, apontou.
O autarca assumiu que esteve prevista a reativação da Norcaça, Norpesca e Norcastanha que, contudo, não avançou por “questões logísticas”.
“A Norcaça deve regressar no próximo ano, ainda que noutros moldes, com alguma inovação e noutro local”, promete Paulo Xavier.
“Passa por uma tenda enorme, numa praça Camões que pode receber esse grande evento. Devemos olhar para isso como uma grande possibilidade. Uma tenda grande, com boa iluminação, com boas condições, seria uma boa aposta para Bragança, para voltar a dar corpo a esse evento, que teve o seu auge mas que depois decresceu. Há que injetar alguma inovação. Temos um potencial para fazer com que seja um evento próspero e capaz”, sublinhou.
No concurso de castanhas, Antero Santos venceu na castanha Longal, Joaquina Rodrigues com a Judia e Virgínia Choupina o concurso de doces.