Bragança

Especialistas alertaram empresários para os perigos da IA mas desvendaram novas possibilidades em jantar da ACEGE

Publicado por António G. Rodrigues em Qui, 11/27/2025 - 15:58

As empresas que não se adaptarem ao uso da Inteligência Artificial Generativa terão dificuldades em operar no mercado. O tempo e a eficiência são alguns dos principais ganhos que as novas aplicações permitem e que já estão a criar impacto em alguns modelos de negócio. 

Estas foram algumas das conclusões do jantar debate promovido terça-feira pelo Núcleo de Bragança da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE), liderada pelo bancário Bernardo Alves, que encheu o auditório do Seminário de S. José, em Bragança, com cerca de uma centena de participantes.

“Estamos a caminhar para a reformulação de coisas que são centrais na vida humana, como o  amor, a espera, a sede... acho que, claramente, temos a reconfiguração emocional, cognitiva e prática dessas coisas”, frisou Ricardo Zózimo, professor de Sustentabilidade.

De acordo com este especialista, a IA vai permitir “que o tempo seja melhor utilizado, seja utilizado de uma forma mais eficiente, mais eficaz, e permitir que as próprias pessoas tenham um tempo de qualidade que possam utilizar”. “Portanto, isto não é só tempo para a empresa, é que as próprias pessoas que trabalham na empresa tenham um tempo de qualidade”, frisou.

Já Tiago Carrilho, Tiago Carrilho, Diretor de Conhecimento e Formação da BCS, sublinha ser normal haver receio da novidade. “O ser humano tem como mecanismo de sobrevivência o receio do que é novidade. E esse receio é um reflexo de sobrevivência e de conseguir olhar sempre para o desconhecido com alguma desconfiança. Portanto, é natural que haja aqui um receio”, disse.

“O que eu acho que não deve acontecer, e que muitas vezes acontece, que é pôr todas as fichas na inteligência artificial ou todas as fichas na tecnologia. Acho que as coisas têm que ser sustentadas para serem sustentáveis”, aponto, sublinhando que “uma empresa que não começa a aplicar a inteligência artificial nos seus processos, deixa de ser competitiva”.

Cristina Melo Antunes, Diretora de Sustentabilidade do banco Santander, sublinha que “a inteligência artificial, nesta altura, permite que as empresas consigam fazer o uma alteração dos métodos de trabalho, tornando o trabalho mais interessante, automatizando com inteligência as tarefas mais repetitivas e conseguindo que os recursos humanos que têm se apliquem em tarefas de maior valor acrescentado”. “E o objetivo final é sempre o mesmo, criar mais impacto e criar o melhor serviço ao cliente, seja qual ele seja”, apontou.

Questionado acerca dos problemas morais que o uso da IA acarreta, Ricardo Zózimo  lembrou que “a aproximação de Deus é um processo lento” e “a  inteligência artificial é um processo rápido”. “Portanto, claramente, a Igreja escolhe o Papa Leão, que tem experiência de inteligência artificial e julgo que uma das próximas grandes comunicações que ele vai fazer vai integrar a Inteligência Artificial”.

Jorge Líbano Monteiro, Secretário-Geral de ACEGE, mostrou-se agradado com a participação. “É muito bom ver o interesse dos temas, também este tema da inteligência artificial. É um tema central hoje para todos os dias, para cada um e para as empresas, e por isso acho que foi aqui um tema muito bem escolhido”.

O jantar terminou com uma intervenção da presidente da Câmara de Bragança, Isabel Ferreira, sobre as mudanças na autarquia.

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