Produção de azeite deve subir, mas olivicultores não acreditam que preço caia para metade
Os olivicultores transmontanos preveem um ano de boa produção de azeitona, cenário que faz antecipar uma descida na escalada dos preços do azeite, que em dois anos aumentou 62%. Em Espanha já se anunciou que o preço vai começar a cair a partir de setembro, porém no distrito de Bragança não se antecipa a baixa acentuada no valor desse produto. “Acredito que o preço desça ligeiramente, porque atualmente está na casa dos oito a nove euros (€) por litro. Não me parece que em poucos meses desça para quatro euros como anunciam os espanhóis, que era o preço de há três ou quatro anos quando nem compensava produzir. Quando cinco litros custavam 20 €, porque quem produz azeitona sabe que esses valores não eram rentáveis”, afirmou Armindo Lopes, do Lagar Cooperativo dos Agricultores da Região de Izeda.
Segundo os dados da DECO Proteste entre 5 de abril de 2023 e 3 de abril de 2024, o azeite virgem extra foi um dos bens essenciais do cabaz alimentar que mais subiu de preço devido à inflação. O preço subiu 62 por cento num ano, passando de 7,40€ passou para 12€ o litro.
O lagar de Izeda vende atualmente a embalagem de cinco litros de azeite a 55 €. “O que vendemos a granel tem saído todo acima dos 8 € e até 9€. No azeite embalado nota-se um ligeiro decréscimo no consumo, porque quem comprava 10 ou 15 garrafões este ano só comprou sete ou oito. A procura a granel tem-se mantido muito alta e até tivemos mais procura do que produto para vender. As grandes marcas já não têm azeite e compram para embalar com a marca deles. Só já temos em armazém cerca de 10 mil litros de azeite (10 toneladas) e produzimos 210 toneladas”, indicou Armindo Lopes.