Câmara reduziu a dívida em 4 milhões nos últimos dois anos

No final de 2017, a dívida da autarquia situava-se nos 19,5 milhões de euros, enquanto em 31 de dezembro de 2019, o passivo passou para os 15,5 milhões.

Foi um dos vários dados revelados no documento da prestação de contas do Município aprovado, por maioria, na reunião da Assembleia Municipal do passado sábado, e que a presidente da câmara fez questão de destacar. “Cumprimos o equilíbrio orçamental, tivemos uma redução de quatro milhões na dívida, nos últimos dois anos, pelo que estamos no caminho certo para termos boas contas”, frisa Júlia Rodrigues.

O PSD votou contra a Prestação de Contas de 2019 por entender que a diminuição da dívida foi feita à custa da falta de investimento. “Apesar do equilíbrio financeiro, a câmara poupa quatro milhões, mas mais de metade desse valor é ao abrigo de empréstimos bancários e de amortizações. É muito à custa de uma completa ausência de investimento, já que não há obras a decorrer, as últimas foram do anterior executivo e vê-se um agravamento ao nível das horas extras, das despesas correntes e com avenças em montantes significativos tendo em conta a capacidade orçamental do Município”, afirma Paulo Pinto, líder da concelhia social-democrata, acrescentando que “há um vazio de projetos para o desenvolvimento de Mirandela”.

Já o CDS e a CDU abstiveram-se neste ponto. “Sinceramente, não vimos nas contas problemas graves mas temos alguns receios pelas advertências que o auditor colocou sobre a confusão em alguns serviços e que podem vir mais tarde a trazer problemas graves”, diz José Faustino da Cunha, do CDS. “Estamos a falar de atribuição de competências que o estado está transferir para as autarquias e que isso vai provocar enormes constrangimentos, pelo que nos abstivemos”, alerta Jorge Humberto da CDU.
A prestação de contas da câmara de Mirandela foi aprovada na Assembleia Municipal com 30 votos a favor, 13 contra e 12 abstenções.